Suspeito de financiar atos terroristas foi condenado por atacar médicos na pandemia

Publicitário fez ataques públicos a profissionais que defendiam medidas estabelecidas pela ciência

Genival é bolsonarista e suspeito de financiar atos terroristas em Brasília - Foto: Reprodução/Redes Sociais
Genival é bolsonarista e suspeito de financiar atos terroristas em Brasília – Foto: Reprodução/Redes Sociais
Suspeito de financiar os atos terroristas ocorridos no último dia 8, em Brasília, Genival José da Silva já foi condenado na Justiça de São Paulo em duas oportunidades por atacar médicos durante a pandemia de Covid-19.

O publicitário de 69 anos foi condenado a pagar um total de R$ 25 mil por ofensas aos profissionais realizadas nas redes sociais, segundo informações do portal UOL.

Os médicos atacados por Genival são:

  • Benedito Carlos Maciel, então superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP
  • Ulysses Strogoff de Matos, então médico assistente da Unidade Especial de Tratamento de Doenças Infecciosas (UETDI) do HC

Entenda as condenações:

Primeiro processo

Em agosto de 2020, Genival foi condenado a pagar R$ 30 mil em danos morais a Benedito, por ofensas feitas após uma entrevista em que o médico defendia o distanciamento social e recomendava o uso apenas de medicamentos com comprovação científica no combate à Covid-19. Após recorrer, conseguiu diminuir o valor da multa para R$ 15 mil.

Genival disse que:

  • A classe médica estava “podre”
  • Benedito era um dos responsáveis por uma “carnificina mórbida, macabra e desumana”
  • Os médicos estavam “matando em nome de ambições políticas”
  • Era “comprovado cientificamente” que as máscaras prejudicam a saúde

Em sua defesa, o publicitário citou a profissão para dizer que era alguém “dotado de conhecimento e informações” e que sofria a angústia de ter um ente doente que, segundo ele, morreu por negligência da classe médica.

Sobre os ataques, afirmou que “a liberdade de expressão foi um dos maiores direitos conquistados pelo povo brasileiro após o fim do regime militar”.

Segundo processo

Tempos depois, Genival foi condenado a pagar R$ 10 mil a Ulysses também por ataques feitos ao médico após entrevista na qual o profissional recomendava o distanciamento social e medidas que impediam acesso aos locais públicos em Ribeirão Preto.

Genival chamou Ulysses de:

  • Petralha
  • Médico sem caráter

À Justiça, o publicitário afirmou que era uma pessoa “esclarecida” e “idônea” e que apenas exerceu seu papel de “cidadão crítico” ao exercer o “direito constitucional de livre pensamento”.

Ambos os processos transitam em julgado, o que significa que Genival não pode recorrer dos mérito das decisões.

Obras de arte foram destruídas, itens roubados e o prejuízo ainda é calculado pelas autoridades. Veja a lista completa de obras destruídas nos ataques. Até o fim da segunda (10), pelo 1.500 envolvidos no episódio já haviam sido presos.

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