Mourão condena manifestações que pedem golpe das Forças Armadas

Senador eleito, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que as manifestações que pedem um golpe de Estado pelas Forças Armadas
Senador eleito, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que as manifestações que pedem um golpe de Estado pelas Forças Armadas “fazem uma interpretação enviesada do artigo 142” da Constituição. (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
  • Mourão diz que manifestantes bolsonaristas erram interpretação do artigo 142;

  • Dispositivo da Constituição não é garantia para intervenção militar;
  • Ao falar sobre os militares, também destacou que “política não pode estar dentro do quartel”.

Senador eleito, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse que os manifestantes que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas “fazem uma interpretação enviesada do artigo 142”, citado nos protestos como uma forma de garantir um golpe militar.

Em entrevista ao Valor Econômico, Mourão afirmou que parte das pessoas que defendem a intervenção compõem “um grupo inconformado com a corrupção e com a falta de resposta mais rápida do sistema judiciário”. No entanto, erram ao interpretar o dispositivo da Constituição.

“A nossa visão do artigo 142 coloca três missões para as Forças Armadas: defesa da pátria; garantia dos Poderes Constitucionais; e, por iniciativa de qualquer um deles, Garantia da Lei e da Ordem. Tem gente que interpreta que a garantia dos poderes constitucionais seria um poder moderador concedido às Forças Armadas. Aí, até a interpretação disso é complicada”, comentou.

Ainda que indiretamente, o vice-presidente concordou com o fim das manifestações, dizendo que “não adianta querer morrer hoje, senão não vamos viver para lutar amanhã”. Ele se mostrou otimista com os 58 milhões de votos obtidos por Bolsonaro no segundo turno e com a possibilidade de “abraçar um bom número de prefeituras” nas eleições de 2024.

Mourão também opinou sobre como fica a imagem das Forças Armadas após os quatro anos de governo, já que diversos militares fizeram parte dele, e disse que “a política não pode estar dentro do quartel”.

“As Forças Armadas se baseiam na hierarquia e na disciplina. Se elas fogem disso, viram um bando armado, que é o troço mais perigoso que tem. A política não pode estar dentro do quartel pois fere de morte a hierarquia e a disciplina. As Forças Armadas se mantiveram fora do governo, 95% dos militares que estavam dentro do governo eram da reserva. Você não viu um único general da ativa fazer algum pronunciamento”, esclareceu.

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