Morre Luiz Antônio Fleury Filho, governador que ordenou massacre do Carandiru

Luiz Antônio Fleury Filho, ex-governador de São Paulo, morreu nesta terça-feira (15), na capital paulista, aos 73 anos de idade. Segundo a família, ele sofreu complicações após um transplante de fígado e morreu em casa de insuficiência cardíaca.

Fleury governou o estado entre 1991 e 1994, pelo antigo PMDB (atual MDB). “Lamentamos a morte de Luiz Antônio Fleury Filho, que foi governador de São Paulo entre 1991 e 1994. Foi deputado, promotor Justiça e professor. Filiado ao MDB-SP, ele era membro da Executiva Estadual. Nossas condolências a familiares e amigos. Baleia Rossi, presidente do MDB”, diz o comunicado publicado pelo partido no Twitter.

O velório de Fleury acontece na Funerária Home, na Bela Vista, Centro da capital paulista. O corpo do político será cremado em Taboão da Serra.

O governador em exercício, Carlão Pignatari, decretou luto oficial de três dias no estado de São Paulo por conta da morte.

“Lamento a morte do ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (1991-1994). Foi secretário estadual de Segurança, promotor de justiça e deputado federal. Como governador em exercício, declaro luto oficial de 3 dias no Estado. Meus sentimentos aos amigos e familiares”, afirmou Carlão.

Massacre do Carandiru

Em 1992, ele era o governador de São Paulo quando a Polícia Militar (PM) invadiu o Complexo Prisional da Casa de Custódia do Carandiru, onde 111 presos foram mortos, no caso que ficou conhecido como Massacre do Carandiru. Fleury e o secretario da Segurança Pública (SSP) à época, Pedro Franco de Campos, não foram investigados pelas autoridades ou responsabilizados pelas mortes.

A ordem para a PM invadir a penitenciária na Zona Norte da capital paulista foi do tenente-coronel Ubiratan Guimarães, segundo o Ministério Público (MP). O comandante das tropas da Polícia Militar, chegou a ser condenado pela Justiça, em 2001, a 632 anos de prisão pelos assassinatos de 102 presos.

Em 2006, no entanto, Ubiratan se tornou deputado estadual pelo PTB e passou a ter foro privilegiado. Julgado naquele ano pelo Tribunal de Justiça (TJ) em São Paulo, ele foi absolvido. Os magistrados consideraram que o então PM não participou da ação.

Facebooktwitterredditpinterestlinkedinmail