Luto na MPB. O cantor baiano Moraes Moreira morreu no Rio de Janeiro aos 72 anos

 Foto: Ricardo Borges/Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O músico Moraes Moreira, fundador dos Novos Baianos, morreu nesta segunda-feira dia 13 de abril de 2020, no Rio de Janeiro, aos 72 anos. A morte foi confirmada pelo cantor e compositor Paulinho Boca de Cantor, que está repassando a informação a antigos companheiros de Moraes, como Pepeu Gomes e Baby do Brasil. Ainda não há informações sobre a causa da morte.

O cantor, compositor e violonista iniciou a carreira ainda na adolescência, tocando sanfona em festas de São João em Itauçu, sua cidade natal. Em 1969, ao lado de Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, companheiros de pensão em Salvador, e de Baby Consuelo e Pepeu Gomes, fez sua estreia no Quinto Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record.

O primeiro disco do grupo, “Ferro na Boneca”, saiu em 1970. É em 1972, no entanto, que o grupo estoura, com “Acabou Chorare”. O álbum, que abriga no repertório a música de mesmo nome além de faixas marcantes como “Brasil Pandeiro” e “A Menina Dança”, vendeu mais de 100 mil cópias e se tornou um clássico no cancioneiro brasileiro.

Moraes Moreira ficou no Novos Baianos até 1975, quando saiu em carreira solo, com a qual lançou dezenas de discos nas décadas seguintes, incluindo músicas conhecidas como “Pombo Correio”. Ele também foi um dos primeiros cantores de trio elétrico no Carnaval da Bahia, no Trio Elétrico Dodô e Osmar.

Biografia:

Antônio Carlos Moraes Pires (Ituaçu, 8 de julho de 1947 — Rio de Janeiro, 13 de abril de 2020), mais conhecido como Moraes Moreira, foi um cantor, compositor e músico brasileiro, ex-integrante do grupo Novos Baianos, mas em carreira solo desde 1975. [4] Faleceu no Rio de Janeiro enquanto dormia, aos 72 anos.

Carreira

Novos Baianos
Moraes Moreira começou tocando sanfona de doze baixos em festas de São João e outros eventos de Ituaçu, o “Portal da Chapada Diamantina”. Na adolescência aprendeu a tocar violão, enquanto fazia curso de ciências em Caculé, Bahia. Mudou-se para Salvador e lá conheceu Tom Zé, e também entrou em contato com o rock n’ roll. Mais tarde, ao conhecer Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, formou o conjunto Novos Baianos, onde ficou de 1969 a 1975. Juntamente com Luiz Galvão, foi compositor de quase todas as canções do Grupo.[5] O álbum Acabou Chorare, lançado pela banda em 1972, foi considerado pela revista Roling Stone Brasil em primeiro lugar[6] na lista dos 100 melhores álbuns da história da música brasileira divulgado em 2007. Moraes Moreira possui 40 discos gravados, entre Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar e ainda dois discos em parceria com o guitarrista Pepeu Gomes. Moraes se enquadra entre um dos mais versáteis compositores do Brasil, misturando ritmos como frevo, baião, rock, samba, choro e até mesmo música erudita. Em dezembro de 2015, o grupo Novos Baianos anunciou um retorno com a formação original.

Moraes em 30 de maio de 2003, em foto de Wilson Dias Carreira solo

Solo

Saiu em carreira solo no ano de 1975, e desde então já lançou mais de 20 discos. Na sua carreira solo, destacou-se como o primeiro cantor de trio elétrico, cantando no Trio de Dodô e Osmar, e lançou diversos sucessos de músicas de carnaval, no que se convencionou chamar de “frevo trieletrizado”. Alguns dos sucessos dessa fase são “Pombo Correio”, “Vassourinha Elétrica” e “Bloco do Prazer”, dentre outras. Durante os anos 80 se afastou um pouco do carnaval baiano, devido a sua comercialização para a indústria do turismo. Em 1994 gravou O Brasil Tem Concerto, influenciado pela música erudita, e no ano seguinte gravou o Moraes Moreira Acústico MTV, mais tarde transformado em CD e DVD. Em 1997, gravou um disco carnavalesco em que comemora seus 50 anos, 50 carnavais e dois anos depois lança o disco 500 Sambas em homenagem aos 500 anos de descobrimento do Brasil. No ano 2000 lançou o disco Bahião com H, tocando o baião com seu característico sotaque baiano. Em 2003 completou sua trilogia que tinha como tema o Brasil, e incluía os três álbuns Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (1979) e O Brasil Tem Concerto (1994) e Meu Nome é Brasil (2003). Em 2005 lançou independentemente o surpreendente disco De repente, misturando hip hop com repente nordestino e o swing característico de seu violão. Em 2008 Moraes lançou o livro A história dos Novos Baianos e outros versos em que conta a história do grupo em literatura de cordel e curiosidades sobre as músicas de sua carreira solo, e sai em turnê pelo Brasil com o show homônimo, tocando os maiores sucessos de sua carreira e recitando trechos do livro, que em 2009 foi transformado em DVD e CD.<br /> Em 2012 Moraes gravou o disco A Revolta dos Ritmos, um disco com 12 composições inéditas dele. Paralelo ao novo CD Moraes viajou pelo Brasil, ao lado do seu filho Davi Moraes, com uma turnê comemorando os 40 anos do disco Acabou Chorare. A princípio seria apenas um show, mas devido ao grande sucesso a turnê foi criada e fez uma série de shows.

Sua música O Caminhão da Alegria acabou virando alcunha do Sport Club do Recife, na década de 1980, e é sempre tocada antes dos jogos do clube pernambucano na Ilha do Retiro.

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