Itaú Cultural celebra centenário de Ruth de Souza com material inédito

Atriz, que faria cem anos no dia 12 de maio, foi a primeira dama negra do teatro e do cinema brasileiros

A atriz Ruth de Souza, que morreu aos 98 anos em 2019 – Acervo Globo

Nesta quarta-feira (12/5), Ruth de Souza completaria 100 anos e o Itaú Cultural celebra o centenário da atriz com conteúdo especial no site. O material reúne destaques da trajetória da atriz no teatro, cinema e televisão, e apresenta ações que difundem a importância de Ruth para novas gerações. Além disso, estará disponível uma entrevista com Ellen de Paula e Gabriel Cândido, idealizadores de Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo.

O material abre com olhar biográfico sobre a trajetória de Ruth, destacando momentos marcantes e fundamentais da carreira da atriz, em um mergulho na sua importância e presença na cultura brasileira. O visitante do site do Itaú Cultural também poderá conhecer dois documentos históricos que reafirmam a importância de artistas referenciais como Ruth. O primeiro é a carta escrita por Ellen e Cândido e entregue para a atriz em 2019, contando a intenção de realização do festival Dona Ruth. O segundo é a primeira das 100 cartas que os dois reunirão para festejar os 100 anos de Ruth de Souza. A publicação desta carta marca o início da ação, que integrará o festival deste ano, previsto para acontecer no segundo semestre.

Nascida no Rio de Janeiro, Ruth de Souza se encantou pelas artes cênicas ainda criança. A vivência no teatro teve início na década de 1940, com o Teatro Experimental do Negro (TEN), do escritor e dramaturgo Abdias Nascimento (1914-2011). Sua estreia nos palcos foi aos 24 anos, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com participação na peça O Imperador Jones. Anos mais tarde, começou sua trajetória no cinema. A carreira na televisão teve início nos anos 1950, com teleteatros, nas TVs Tupi e Record. Morou nos Estados Unidos, onde estudou e pesquisou as artes cênicas na American National Theater and Academy, na Karamu House e na Universidade de Harvard.

Pioneira no teatro, cinema e televisão, em 1969 tornou-se a primeira protagonista negra de um folhetim televisivo, A Cabana do Pai Tomás. Sua longa trajetória profissional, com repercussão nacional e internacional, foi marcada, ainda, pelo posicionamento político que a fez contrariar as construções estereotipadas de personagens negros, criando gestuais e universos próprios para suas personagens. Ruth de Souza contribuiu com a reconfiguração do imaginário cultural brasileiro em relação à população negra.

Acesse a comemoração do centenário de Ruth de Souza, nesta quarta-feira (12/5), no site do Itaú Cultural.

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