Deputado da tatuagem é acusado de assédio por jornalista
A jornalista Brasília Rodrigues, da rádio CBN, acusou o deputado Wladimir Costa (SD-PA) de assédio. O episódio aconteceu na noite da última terça-feira (1º), véspera da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer, durante o jantar que reuniu Temer e diversos deputados na casa do vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (PMDB-MG). Wladimir é o deputado que tatuou no braço o nome de Temer.
Durante o jantar, Brasília questionou Wladimir se ele poderia mostrar a tatuagem, a fim de comprovar se era de fato verdadeira, ao que o parlamentar respondeu: “Para você só (mostro) se for o corpo inteiro”. Em nota, Wladimir falou negou que tenha cometido assédio.
A jornalista Brasília Rodrigues
UM ENSAIO SOBRE A IDIOTICE
Quando a gente volta de férias, quer mostrar as novidades. Algumas pessoas têm fotos, outras chaveiros, tem até os colecionadores de ímãs de geladeira… Mas pra um deputado, Wladimir Costa, o tatuado de Temer, o mais esperado era ver a famosa tatuagem com o nome do presidente.
Era pra ser assim. Mas não foi assim.
Desde os rumores de que é feita de henna, ele rebate e diz que é definitiva.
Agora chegou o grande momento. Nesta noite, em um jantar, tatuado e homenageado respiraram o mesmo ar. Na mesma sala, nada mais “normal” – ainda que pareça uma palavra sem espaço aqui – seria mostrar A homenagem.
Vai lá! Você viu? Ninguém viu.
Na saída, o contraditório. Costa saiu orgulhoso do jantar dizendo que apresentou a tatuagem pra Temer, e que o presidente teria gostado.
Pergunto pro deputado 1, deputado 2, deputado 3. Enfim, alguém aí viu o “taputado”, o “detuado” se expôr à flor da pele para Temer? Não.
Ele sai, brinca, se vangloriza e dá sua versão. Pergunto: Deputado, o senhor pode mostrar de novo?
Ele responde: “Pra você, só se for o corpo inteiro”. Vou repetir essa resposta com destaque. “PRA VO-CÊ, SÓ SE FOR O COR-PO IN-TEI-RO”.
Penso, em que momento eu dei a minha testa pra esse deputado tatuar “idiota”? Ou mais: “mulher idiota”.
Havia outros deputados, jornalistas e até câmeras de TV focados nele. Mas nada disso “evitou” uma gracinha ou uma “desgracinha” machista.
Parlamentares constrangidos vieram me pedir desculpas pelo comportamento do nobre colega. Idiotice sabe mesmo ser feito bala perdida.
Sabe quando você vê uma coisa e grita “ai, meus olhos”? Pois é, eu vi e ouvi uma idiotice vinda de um esboço de tatuagem.
Ninguém em sã consciência realmente acha importante noticiar a tatuagem nova do deputado. Apenas pelo momento, apenas pelo contexto, apenas pela polêmica. Até o final desse texto, repensarei sobre isso.
Pessoas que ganham fama por serem idiotas cometem idiotices consecutivamente, claro.
Ei você que ri da piada machista com a colega de trabalho, com a mulher na rua, você é um idiota.
Mas eu não tolero idiotas.
Fui atrás dele.
“Deputado, se o senhor puder ter um pouquinho mais de respeito por eu ser uma repórter e mulher… o senhor falou que não é de henna, agora a gente quer mostrar…”
Wladimir Costa diz: “eu tenho várias tatuagens no corpo inteiro, amor”. Huum, que fofo.
Insisto: “O senhor não quer mostrar?”
Ele, já distante de mim, levanta o dedo rindo, coloca na altura da própria boca e fala sem voz, só mexendo os lábios: “não”.
Eu repito: “então é porque é de henna…”, ele balança a cabeça concordando e sai rindo.
E o que parece marcado na pele, pode sair com cuspe. Mas não há uma comprovação clara disso. No mais, não é importante.
Idiotice é uma tinta forte que não sai no banho, talvez na escola, talvez na prisão, certamente só a sua mãe.
Além de Temer, o deputado em questão tem o nome da esposa tatuado, segundo ele, em um lugar íntimo. Ele mesmo contou. Não preciso aqui dizer onde.
Concluo, desculpe. Idiota é também quem dá atenção pra você.
Comentários