Cristãos da Ucrânia temem perseguição religiosa com invasão russa

gazetadopovoUcranianos que vivem na Coreia do Sul oram pela paz no seu país em uma igreja católica em Seul, neste sábado (26)| Foto: EFE/EPA/YONHAP

Ainda não se sabe quais as pretensões territoriais da Rússia na Ucrânia – se pretende anexar, por exemplo, as regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, como fez com a Crimeia em 2014, ou se planeja uma ocupação temporária ou permanente de todo o país.
Em todo caso, cristãos temem que sejam implementadas no resto da Ucrânia políticas de perseguição religiosa adotadas nessas regiões e pela própria Rússia em seu território. Segundo informe divulgado pela organização cristã internacional Portas Abertas, no ano passado foram registrados 23 processos administrativos na Crimeia sob as leis de Yarovaya, impostas pela Rússia como justificativa de combate ao terrorismo mas que acabaram conhecidas como “leis anti-missionárias”.

A Portas Abertas informou que na Casa da Igreja Protestante Potter em Sebastopol, um pastor e um membro da igreja foram multados por liderar os cultos e outro membro da igreja foi multado duas vezes por participar das cerimônias. Postagens nos canais de mídia social da igreja basearam parcialmente essas sanções.

De acordo com o informe, membros e o pastor da mesma igreja já haviam sido acusados antes por realizar atividades missionárias, como distribuir folhetos e cantar em um ponto de ônibus.

Em fevereiro, o serviço de segurança da Rússia invadiu uma igreja protestante em Kerch, cidade no leste da Crimeia, e um membro da igreja foi acusado e multado por entregar panfletos a duas mulheres que não eram membros da comunidade. Na Rússia, as Testemunhas de Jeová são perseguidas como grupo “extremista” desde 2017.

A Portas Abertas informou que em Lugansk e Donetsk, regiões reconhecidas pela Rússia na semana passada como repúblicas independentes mas que não foram anexadas por Moscou, as “leis anti-missionárias” não são aplicadas, mas as autoridades locais fazem suas próprias leis religiosas e chegam a ser mais severas nas suas ações contra certas denominações do que a própria Rússia.

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