Condeúba: Sete de Setembro
Prof° Agnério Souza
Há exatamente 195 anos D. Pedro I deu o grito de Independência ou Morte, às margens plácidas do Riacho Ipiranga em São Paulo. Era intenção do Imperador que o Brasil, estando separado de Portugal, desenvolvesse, crescesse economicamente, adquirisse sua autonomia e o cidadão brasileiro exercesse sua cidadania plena, geral e irrestrita.
D. Pedro ainda chegou a promulgar a primeira Constituição Brasileira, 1824; mas teve de voltar para Portugal. Deixou seu filho Pedro de Alcântara em seu lugar, o qual foi nomeado Imperador do Brasil com o título de D. Pedro II, em 1840.
Tempos se passaram, veio a República, Pedro II foi mandado embora para Portugal. Porém, o Brasil republicano não correspondeu até hoje aos anseios do povo brasileiro aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, de origem francesa, tampouco a Ordem e Progresso.
Mesmo assim, a data de Sete de Setembro é comemorada em todo território nacional na esperança de alcançarmos nossa real independência. No ato cívico de hoje, o Mestre de Cerimônia – Paulo Henrique, lembrou bem ao dizer: “Faz jus lembrar que a data aqui rememorada traz em si a alegria de um povo independente de Portugal, mas, ao mesmo tempo, revela a angústia de quem ainda se sente preso às condições que oprimem, que limitam e que tiram do povo brasileiro o direito de ser verdadeiramente livre”.
Em frente ao majestoso Paço Municipal foi improvisado um palco para acolher as autoridades principais do município, composto por Prefeito Silvan Baleeiro e esposa juntamente com o Secretariado Municipal, Vereadores, Diretor de Cultura, representante de Diretores da Rede Municipal de Ensino, Procurador Municipal – Dr. Anterque, gerentes de Bancos, Presidente do Conselho Municipal de Educação e outros.
Agora, no Brasil de 2017, a palavra de ordem é outra mais significativa, mais gritante e estridente. Na faixa frontal para o público estava escrito em letras garrafais: COMPROMISSO, HONESTIDADE, INTEGRIDADE, PAZ, PROGRESSO, RESPEITO, RESPONSABILIDADE, SINCERIDADE, TRABALHO. É esse o Brasil que todos nós queremos.
Após a reflexão de Pe. José Silva Figueiredo que rezou uma oração de súplica ao Pai das Misericórdias pelo Brasil, foram hasteadas as Bandeiras do Brasil, da Bahia e a de Condeúba ao som do Hino Nacional. Foi tocado pela primeira vez em ato cívico, o Hino da Independência, logo após, o Hino a Condeúba na versão em banda do Maestro Fred Dantas de Salvador.
Seguiu-se, então, a palavra do Prefeito Silvan Baleeiro lembrando fatos políticos do Brasil atual e projetos futuros para Condeúba, salientando, contudo, que precisamos saber fazer nossas escolhas.
O desfile, assistido por mais de mil pessoas, teve início com a Escola Dario Lima com a coreografia “Mix e encenação”. A Escola Aristides Carvalho apresentou a música “Coração Brasileiro” de Luo e Cazuza. A Escola Jovino Coitinho representou um cordel com a música “Herdeiros do Futuro” de Toquinho. A Adelmário Pinheiro da Feirinha veio com o musical ”O Vento dos Monarcas”e o poema “ O Brasil que eu quero”.
Destaque para a Escola Eleutério Tavares com a música “Meu País”, de Zélia Ducan onde foi enfatizado os principais anseios do povo brasileiro, mediante a triste situação na qual vive o nosso país. Significativo, descontraído e bem representado foi o texto da Escola Antônio Terêncio do Alegre com a temática “Cidadão Ideal”. O Alcides Cordeiro apresentou bela poesia muito bem coreografada pelos alunos daquele Colégio. “Vai Brasil” foi o tema da Deraldo Rodrigues, Araketu ficou para as Escolas do Campo e a paródia “Despácito” foi coreografada pela Tranquilino Torres.
Brilhantismo, juventude e ritmo consagrado tiveram os braços dos meninos e meninas dos Desbravadores e da Fanfarra do Mais Educação com evoluções exuberantes e magníficas.
Podemos afirmar, que o nosso desfile não tem mais a finalidade de contar a História do Brasil com D. Leopoldina bem vestida com a coroa de princesa na cabeça e D. Pedro montado em fogoso corcel com uma espada a dar o brado retumbante.
Em Condeúba, isso faz parte do nosso folclore, assim como as folias de reis, carnaval de mascarados, São João e outras modalidades folclóricas. O Sete de Setembro hoje é para refletir, julgar, lutar e agir para que haja um Brasil sem corrupção, sem ladroagem, sem politicagem, sem crime, sem droga, com emprego para todos, com saúde para todos, educação, moradia, transporte, lazer, oportunidade de viver bem a fim de fazer sentido à faixa verde-amarela de nosso pendão e sua importante inscrição positivista de Ordem e Progresso.
Fotos: Medonho
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