Condeúba: Há 27 anos atrás morria o maior líder político condeubense, Antônio Farias Terêncio

 

 

Vereador Antônio Farias Terêncio Filho – popular “Toinho”

O atual vereador Toinho Terêncio que é filho do velho Terêncio, nos disse algumas coisas sobre seu pai conforme segue: “Antônio Terêncio foi um homem muito trabalhador, ainda como menino já ajudava seu pai o meu avô Apolônio que era celeiro artesão, ia pras feiras livres fender seus produtos como candeeiro, logo após atingir a maioridade, foi para Montes Claros/MG., foi trabalhar numa contabilidade ajudando no escritório da contabilidade durante o dia e a noite fazia faxina no escritório.

Antônio Terêncio era muito astuto foi um grande comerciante, ele fez fortuna no comércio, Armazém Cruzeiro em Vitória da Conquista, era sócio do Mercado Super lar, tinha posto de gasolina, tinha uma rua de casas em Conquista. Terêncio perdeu a eleição em 64 ganhou em 70, 72 Dário ganhou. Em 76 se elegeu, na sequencia ele elegeu dona Djalma, depois elegeu Marcolino e por último me elegeu e depois foi a óbito. Antônio Terêncio se destacou como um grande administrador  ele fazia o dinheiro render e sempre muito econômico, gastava o dinheiro público com muito critério. Todo dia de manhã entre 5 e 6 horas ele ia visitar as obras do município, não deixava assentar um tijolo fora do prumo, que ele descobria e mandava refazer.

Antônio Terêncio fazia milagre na administração, ele comprou todo o maquinário da Prefeitura como 1º trator de esteira 71 e em  76 comprou outro trator, comprou todos os maquinários construiu 90% das escolas da zona rural e o ginásio de Condeúba foi feito por ele. As estradas foi construídas em torno de 90%, Dr. Osvaldo chamava as estradas de carreiro de tatu, mas essas estradas estão funcionando até hoje. Antônio Terêncio. Antônio Terêncio sabia fazer política ele era muito serio, tratava o povo muito bem e todo mundo o respeitava. Ele era uma pessoa de extrema humildade, simples mas pontual, nuca enrolou ninguém para atender, era decidido no que proporia a fazer. O Terêncio era muito seguro no que fazia, com todo respeito que os outros nos merece, mas Antônio Terêncio foi a maior liderança que este município já se conheceu”, pontuou Toinho. A seguir veremos a real história de Antônio Terêncio contada pelo professor Agnério Evangelista.

Por Agnério Evangelista

HISTÓRIA

Foto: Arquivo da família Antônio Farias Terêncio

Antônio Farias Terêncio é filho de Apolônio da Silva Terêncio e dona Sinésia Farias Terêncio. Nasceu em 27 de maio de 1926 na Fazenda Cachoeira no lugar denominado “Deus me livre”. Na época, a família havia se retirado para o campo, porque a Coluna Prestes ocupava a cidade e não havia condições de se proteger da fúria dos revolucionários, comandados por Luis Carlos Prestes e Antônio Siqueira Campos. Seus irmãos são: Geraldo Terêncio, Eunice Gomes (in memória), Rita Oliveira, José Maria Terêncio e Maria do Rosário Amorim.

Terêncio estudou o curso primário em Condeúba de quem foi aluno do ilustre Professor Álvaro Miguez Garrido o qual foi homenageado por ser inteligente, dinâmico e competente discípulo, em sessão solene. Concluiu o antigo primário, hoje, Ensino Fundamental I, com distinção. Católico fervoroso punha a sua confiança sempre em Deus. Exerceu a profissão de pecuarista, comerciante e político.

Como comerciante, negociava com peles, mamona e cereais de modo geral. Adquiriu larga experiência no ramo dos negócios, comprou caminhões para o trabalho e prosperou-se. Foi proprietário do “Armazém Cruzeiro” em Vitória da Conquista onde residiu por uns dez anos.

Casou-se em primeiras núpcias com Delza Viana com quem teve duas filhas: Ariádne Vianice Terêncio Costa e Maria Luíza que faleceu aos dois anos e meio de idade. Ariádne é casada com Sandoval Ramos Costa. Do casamento com Djalma Alves de Sousa nasceram os filhos: Ana Maria de Sousa Terêncio, casada com José de Sousa Neto; Antônio Farias Terêncio Filho vereador atual, casado com Mara Rúbia Queiroz, que é a atual Vice-Prefeita. Outro filho dileto do casal Terêncio x Djalma é José Augusto de Sousa Terêncio casado com Jussara Bandeira.

Antônio Terêncio Filho, Djalma Alves (Segunda esposa), Ana Maria e José Augusto Terêncio
Entretanto, foi na política que Terêncio mais se destacou, durante a sua vida. Antes de ser prefeito, exerceu o cargo de vereador por três legislaturas. Foi eleito prefeito pela primeira vez em 1970 e governou o município de 1971 a 1972; reelegeu-se em 1976 e administrou por seis anos, de 1977 a 1982; apresentou dona Djalma como sua sucessora a qual foi eleita para o período de 1983 a 1988; indicou o Dr. Marcolino Neto e o filho de Gervásio e dona Santinha foi eleito pela primeira vez para o pleito de 1989 a 1992.

Marcolino apresentou o sucessor, Dr. Antônio Terêncio Farias Filho que ganhou a eleição e comandou o município de Condeúba de 1993 a 1996. Ao todo, Terêncio foi o maior líder político de todos os tempos em Condeúba, por trinta e quatro anos ele comandou o processo político local. Era amicíssimo do governador Antônio Carlos Magalhães e também de Santo Antônio da Barra que junto a ele formaram um trio imbatível politicamente.

PREFEITO Terêncio foi membro da antiga UDN, passou pela ARENA, PDS e por último no PFL. Assim como ACM era chamado na Bahia de “Malvadeza”, Terêncio foi denominado de “Terrível” por seus adversários. Porém, a terribilidade dele era trabalhar para o bem do povo do município.

No livro “Condeúba, sua história, seu povo”, de autoria do Professor Agnério, há breve registro de algumas realizações efetuadas por ele:

“Outro político de grande influência foi o Sr. Antônio Terêncio, de saudosa memória, o qual governou o município com fé, garra e coragem. Foi na sua gestão que se implantou na cidade o Banco do Brasil, instalou-se a COELBA, a EMBASA e a linha telefônica da Telebahia. A escola de Ensino Médio, que era particular, tornou-se pública com o nosso Colégio Estadual de Condeúba. Foi construída a Escola Prof. Álvaro Miguez Garrido e erguido o Fórum Desembargador Jaime Bulhões, além de inúmeras obras e outras realizações concretizadas. (2015, p. 188)”.

Podemos acrescentar a estas, outros feitos como pavimentação das ruas Padre Waldemar, Praça Santo Antonio, Rua 15 de Novembro, Praça 2 de Julho, construção do Complexo Policial, etc. O contraste de obras na zona rural e urbana.

Antonio Terêncio faleceu no dia 19 de novembro de 1992 aos 66 anos de idade. Problemas cardíacos levaram o grande homem que muito trabalhou por Condeúba. Seu corpo está sepultado no Cemitério Municipal Barão José Egídio de Moura Albuquerque na sede.

Obs: – Esta biografia é um anexo do processo de Autorização da Escola Municipal Antônio Terêncio, situada na Vila Judiciária do Alegre neste município.

Fontes:
Informações de Ariádne Vianice e Rita Terêncio
Tribuna da Chapada, 07 a 20 de setembro de 1981
Tribuna do Sertão, 20.11.1992
Direito de Expressão – Condeúba (Jornal local), maio/2002 Jornal Folha de Condeúba 18 de novembro/2016.

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