CAOS NA ARGENTINA: COM CONGELAMENTO DE PREÇOS OS PRODUTOS SUMIRAM DAS PRATELEIRAS
Há semanas falta iogurte natural nos mercados do bairro de Palermo, em Buenos Aires. Iogurte tem, mas só com sabor de morango, com cereais, com doce de leite. Todos esses, porém, não estão na lista de Preços Máximos (o iogurte natural está) e, portanto, custam um pouco mais.
Procuro arroz integral, que também está na lista de Preços Máximos (que contém 2.300 itens controlados pelo governo), em mercados de Chacarita e da Recoleta. Tampouco há. Mas arroz tem, só que sempre com “algo a mais”: para fazer risoto, com sabor brócolis e assim por diante.
“Quando você estabelece uma tabela com Preços Máximos, sabe que isso vai acontecer. O congelamento é sempre uma política artificial, de emergência, e que não pode durar muito tempo. O mercado se acomoda. O provedor vai segurar os itens tabelados da lista e tentar vender versões diferentes e, portanto, mais caras”, explica o economista Marcelo Elizondo.
Buscando empenhadamente o mesmo iogurte, perto de casa, vou a um minimercado chinês (muito comum em Buenos Aires, pois, como compram no atacado e têm pouco gasto com pessoal de serviço, costumam ser muito mais baratos do que os supermercados comuns), e volto a perguntar do iogurte.
“Não vai vir enquanto não descongelarem [os preços]. A gente paga uma taxa de transporte dos alimentos que aumenta todo mês, então só vamos trazer o que vale a pena vender. Esse daí está muito barato. Compensa trazer outra coisa no lugar”, afirma o proprietário, usando seu economês sincero.
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