A Palavra de Deus profanada pelo bolsonarismo
O maior absurdo que li nestes dias foi o de que dar de comer a quem tem fome é coisa de Satanás. O sujeito que disse isso se referia à passagem em que Jesus é tentado pelo diabo, no deserto, a transformar pedra em pão: “Então o Diabo lhe disse: — Se você é o Filho de Deus, mande que esta pedra vire pão” (Marcos 4,3).
O pobre irmão, no entanto, não compreendeu que aquela passagem diz respeito ao autocontrole do cristão em relação às tentações da vida. Uma delas, a de colocar o “ter” acima do “ser”, a riqueza sobre o dever de amar e servir ao próximo: “Jesus olhou para ele e o amou. ‘Falta-lhe uma coisa’, disse ele. ‘Vá, venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me’. Diante disso ele ficou abatido e afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas” (Marcos 10,21-22).
Não sabia, o irmão, que um dos requisitos para ser salvo por Jesus no dia do juízo é justamente dar de comer a quem tem fome: “Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me” (Mateus 25,35); “Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?” (Mateus 25,37); “E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25,40).
E escreveu tal atrocidade para atacar padres, bispos e papa; e a pastores evangélicos que se colocam na trincheira do verdadeiro Evangelho, contrários ao falso messias que hoje tenta ocupar o lugar do Deus verdadeiro nos corações e mentes de muitas ovelhas.
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