A nova gestão pública como indutora das atividades de engenharia de produção nos órgãos públicos

Cleyton Silveira – Eng de Produção

Fleury (2008, p. 1) define a Engenharia de Produção da seguinte maneira:

A Engenharia de Produção trata do projeto, aperfeiçoamento e implantação de sistemas integrados de pessoas, materiais, informações, equipamentos e energia, para a produção de bens e serviços, de maneira econômica, respeitando os preceitos éticos e culturais. Tem como base os conhecimentos específicos e as habilidades associadas às ciências físicas, matemáticas e sociais, assim como aos princípios e métodos de análise da engenharia de projeto para especificar, predizer e avaliar os resultados obtidos por tais sistemas.

Naturalmente, pode-se perceber que dentro dessa abordagem cabem não apenas os setores produtivos tradicionais, mas também outras atividades como interfaces colaborativas, rede de empresas, ONGs  e também as entidades governamentais.

Por outro lado, o movimento da Nova Gestão Pública (NGP) se caracteriza como

 […] um modelo emergente de modernização da administração pública mundial, caracterizado por um conjunto de princípios e práticas de gestão, oriundos de um movimento de governos de diversos países no sentido de desenvolver alternativas e soluções para os desafios aos quais eram e ainda são colocados (como escassez de recursos públicos, aumento da pressão da sociedade por qualidade e que idade na prestação de serviços etc.), e para os quais o modelo burocrático não se mostrou capaz de responder satisfatoriamente. (PACHECO, 2008, p. 27).

Existe uma área de interface bastante grande entre essas duas áreas aparentemente distintas, a Engenharia de Produção e a gestão pública e é no sentido de preencher tal lacuna e elucidar alguns desses pontos de intersecção.

Dessa forma, o propósito conteúdo é verificar como a Engenharia de Produção possui espaço para ter seus métodos e ferramentas utilizados nos órgãos públicos nos dias de hoje, principalmente nos aspectos ligados ao planejamento e gestão governamentais, em especial depois da recente disseminação dos princípios e da filosofia da Nova Gestão Pública

A Nova Gestão Pública

 A Nova Gestão Pública pode ser compreendida, na verdade, como um refinamento do modelo gerencial. Em termos da forma de administração, não apresenta uma grande ruptura em relação ao modelo gerencial. A Nova Gestão Pública deve, portanto, ser entendida, como um movimento evolucionário, em vez de revolucionário.

No paradigma da governança democrática, o governo deve centrar seus esforços no que é bom para o cidadão, mantendo-se em constante diálogo sobre as suas necessidades e as de seu entorno.

A orientação para resultados é, sem dúvida, o paradigma da Nova Gestão Pública que mais apresenta possibilidades de intervenção do engenheiro de produção no Estado. Este é o paradigma que mais aproxima as organizações públicas das organizações privadas, na medida em que toda orientação privada funciona orientada para resultados, sejam eles financeiros ou não. Em um plano mais macro, esse aspecto está bastante relacionado à engenharia organizacional. Portanto, técnicas e ferramentas como gestão de projetos, utilização de indicadores de desempenho, matriz SWOT e planejamento estratégico podem ser utilizados na Nova Gestão Pública. Todas essas técnicas e ferramentas citada conjuntamente com profissionais capacitados é de fundamental importância para que o sistema identifica suas falhas e otimiza a administração pública como um todo.

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