Bolsonaro pode perder cidadania italiana de honra que ganhou em 2021
Manifestação pede a revogação de cidadania de honra concedida ao ex-presidente do Brasil
- Organizações marcam ato para pedir revogação de cidadania italiana honorária concedida ao ex-presidente Jair Bolsonaro em 2021;
- Manifestantes querem desvincular cidade do ex-mandatário brasileiro;
- Anquillara Veneta é a cidade de origem do bisavô de Bolsonaro que veio para o Brasil em 1888.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode perder a cidadania honorária de Anquillara Veneta, na Itália. Moradores, partidos e associações da cidade estão pressionando a gestão da cidade para retirar a homenagem feita ao ex-mandatário. Um ato foi marcado para este sábado (28), segundo informações do colunista Jamil Chade, do portal UOL.
A prefeita Alessandra Buoso, do partido de extrema direita Liga Norte, concedeu a cidadania honorária a Bolsonaro por gerir a cidade que foi berço da família italiana dele. Foi de lá que saiu Vittorio Bolzonaro, bisavô do ex-mandatário brasileiro, em 1888. A ortografia do sobrenome mudou após um erro ortográfico de cartório.
Na prática, o título não traz benefícios legais ao ex-chefe do Executivo Nacional. Todavia, depois que ele perdeu as eleições em 2022, organizações que já criticavam a homenagem, passaram a questionar ainda mais a vinculação do nome dele com a cidade.
Partidos ecologistas de oposição pressionam o governo da Itália a não receber Bolsonaro. Ele sequer fez uma solicitação formal de cidadania italiana, mas os filhos dele já apresentaram pedido para terem direito ao passaporte do país europeu.
A manifestação deste sábado ocorrerá em frente à prefeitura, antes do início de uma reunião do Conselho Municipal. Em cartazes distribuídos para convocar o ato, os manifestantes chamam Bolsonaro de “golpista”.
Antonio Spada, líder da Lista cívica “Vivere Anquillara Insieme” explicou ao colunista que a oposição já havia pedido a reunião no conselho para discutir algumas moções, “entre elas o pedido de cassação da cidadania honorária dada a Bolsonaro”.
Segundo o italiano, “além de não exercer nenhum cargo no Brasil”, o ex-presidente “não tem os requisitos para representar os migrantes italianos”.
O político reclamou que a reunião foi marcada às pressas e em horário de expediente de alguns dos interessados para evitar maior formação de quorum na reunião.
Spada menciona a crise humanitária entre os indígenas Yanomami como fator para retirar a cidadania: “Veja, o caso dos yanomami confirma nossas preocupações. Ter o nome da nossa cidade associado a esta pessoa é um grande problema”.
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