Professor Agnério apresenta Apontamento de Língua Portuguesa – 020
Período Composto por Subordinação (nossa última lição)
No período composto por Subordinação, temos duas orações, uma é a
Principal e a outra subordinada, isto é, dependente da primeira. Elas podem
ser: Substantivas, Adjetivas e Adverbiais. Veremos as Substantivas e as
Adverbiais, já que as Adjetivas foram estudadas no apontamento anterior.
1. Orações Subordinadas Substantivas são introduzidas pelas Conjunções
Integrantes: que, se. Que, indica um fato certo, definido: Eu sei que ele
virá à reunião. Se, indica dúvida, hesitação: Não sei se ele virá à
reunião. São chamadas de Substantivas porque equivalem a um
Substantivo. Ex. a) É necessário que você oriente = é necessária a sua
orientação. b) Ele comunicou que partiria hoje = ele comunicou sua
partida. c) Precisamos de que nos apóie = precisamos de seu apoio.
São seis as Subordinadas Substantivas:
1.1) Subjetiva – SSS (exerce a função de Sujeito da Oração Principal) Ex: É
possível que eu acerte = SSS. O verbo da Principal aparece sempre na
3ª pessoa do singular.
1.2) Objetiva Direta – SSOD (exerce a função de Objeto Direto da Principal).
Ex: Espero que você colabore = SSOD.
1.3) Objetiva Indireta – SSOI (exerce a função de Objeto Indireto da
Principal). Ex: Ela necessita de que nós a ajudemos = SSOI.
1.4) Completiva Nominal – SSCN (exerce a função de Complemento
Nominal de um nome da Oração Principal). Ex: Tenho certeza de que
você vencerá = SSCN.
1.5) Predicativa – SSP (exerce a função de Predicativo do Sujeito da
Oração Principal). Ex: Meu desejo é que sejas feliz = SSP.
1.6) Apositiva – SSA (exerce a função de Aposto da Principal e é seguida
de dois pontos). Ex: Tenho uma esperança: que o Bahia não seja
rebaixado = SSA.
Observação: As Orações Subordinadas Substantivas Objetivas Diretas
aparecem também por meio de pronomes interrogativos e por advérbios: quem,
qual, quanto, como, quando, por que, onde. Exemplos:
a) Sabes quem é ele? = SSOD
b) Não sei qual foi a solução = SSOD
c) Sei muito bem quanto tu ganhas = SSOD
d) Tu não sabes como tenho sofrido = SSOD
e) Verifique quando o avião partirá = SSOD
f) Diga-me por que me encara assim! SSOD
g) Eu não sabia onde ficara meu amigo = SSOD
2. Orações Subordinadas Adverbiais – SA, funcionam como um Adjunto
Adverbial da Oração Principal e são introduzidas por meio de Conjunções
Subordinativas. Temos nove:
2.1) Causais (indicam causa, motivo ou razão em relação à Oração
Principal): porque, como, porquanto, já que, visto que, por isso que, etc.
Ex: Serás promovido, visto que reconhecem tua capacidade =
SACausal.
2.2) Comparativas (fazem uma comparação): como, que, do que
antecedidos de mais, menos, maior, menor, pior, melhor. Ex: A vida é
mais tranqüila no campo do que na cidade = SAComparativa. Observe
que o verbo é o mesmo da Oração Principal.
2.3) Consecutivas (indicam conseqüência) que, antecedido de tão, tal, tanto
ou tamanho. Ex: A notícia era tão exagerada que ninguém acreditou =
SAConsecutiva.
2.4) Concessivas (exprimem uma concessão): embora, ainda que, mesmo
que, posto que, se bem que, conquanto, etc. Ex: Embora tentasse
disfarçar, o bandido foi preso = SAConcessiva.
2.5) Condicionais (indicam uma condição): se, caso, salvo se, uma vez que,
contanto que, etc. Ex: A vida só é digna, se a enobrece um ideal =
SACondicional.
2.6) Conformativas (indicam uma conformidade ou concordância): como,
conforme, consoante, segundo. Ex: Segundo nos informaram, a vacina
está adiada = SAConformativa.
2.7) Proporcionais (indicam uma proporção ou concomitância); à medida
que, à proporção que, tanto mais … quanto mais, tanto … quanto, tanto
mais … quanto menos, tanto menos … quanto mais, etc. Ex: O silêncio
pode comunicar tanto, quanto a palavra (comunica) = SAProporcional.
2.8) Temporais (indicam tempo): quando, enquanto, antes que, depois que,
logo que, desde que, apenas, mal. Ex: O lavrador volta para casa, logo
que o sol se põe = SATemporal.
2.9) Finais (indicam finalidade ou intuição) para, para que, a fim de que. Ex:
Gilmar dirigia devagar, para que víssemos a bela paisagem = SAFinal.
Principais fontes de pesquisa:
01 – Comunicação e Expressão, de Roberto Mesquita e Cloder Martos, 8ª
Série, 1979.
02 – Comunicação e Expressão Linguística, de Hermínio Sargentim, 2º
Grau, 1985.
03 – Estudo Dirigido de Português, de Milton Benemann e Agostinho
Cadore, 2º grau, 1987.
04 – Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley
Cintra, 1993.
05 – Reflexão e Ação em Língua Portuguesa, de Marilda Prates, 8ª Série,
1990.
06 – Solução para suas dúvidas de Português, de Antonio Benoni
Giansante, 2016.
Agradecimento – 1
Agradeço de coração a Oclides Silveira, a Décio Pereira por terem publicado
esses Apontamentos. Agradeço a Você que me acompanhou durante 20
semanas com essas lições. Parte delas eu já havia estudado com os alunos,
durante 30 anos de minha vida de professor. Acredito que, quando a nova
BNCC – Base Nacional Comum Curricular for implementada nas escolas,
essas abordagens voltarão ao chão da sala de aula. Muito obrigado!
Agradecimento – 2
Grande professor Agnério!!! Todos nós da imprensa, leitores assíduos e outros daqui e de fora, é que agradecemos a grande oportunidade que tivemos ao longo dessas 20 semanas, para rever essas tão preciosas aulas de nossa querida Língua Portuguesa, que você brilhantemente nos passou. Todos os agradecimentos do mundo, somos nós que o damos e aproveitamos da oportunidade para parabenizá-lo pela belíssima iniciativa.
O estudo de Língua Portuguesa não se esgota com os vinte apontamentos publicados. Há muita lição a estudar, muita leitura a fazer, redação a efetuar. A língua é dinâmica, inovadora, móbil, bonita e sonora. Um colega iniciante , postou no facebook como fazer para aprender a Gramática no trabalho didático dele com os alunos. Eu disse: colega, depois que você passar por um 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental, por um 1º, 2º e 3º Anos do Ensino Médio você conhecerá um pouco esse grande universo, que é, labutar com a linguagem formal, ou seja, a língua culta, chamada também de língua padrão. Aquela necessária à comunicação social. Somente o tempo e o estudo constante nos fazem aprender, aprender a ser e aprender a aprender.