Política: Empresário que se diz dono dos R$ 51 milhões acusa Geddel de golpe na Caixa Econômica Federal
Desde que a imagem de malas e caixas abarrotadas de dinheiro encontradas em um apartamento em Salvador foi divulgada pela Polícia Federal, que se questiona a origem dos valores. O dinheiro foi atribuído ao ex-ministro baiano Geddel Vieira Lima. A PF ainda investiga se o doleiro e operador do MDB Lúcio Funaro levou R$ 20 milhões como propina a Geddel. Contudo, eis que nesta semana um empresário baiano alega ser dono dos R$ 51 milhões encontrados no apartamento.
O BNews entrou em contato com o empresário que contou uma história um tanto desarranjada. Carmerino Conceição de Souza é presidente do holding Polocal. O site da empresa informa que o grupo foi fundado em 1992 e presta serviços nos setores de tecidos, alumínio, veículos, com sede na cidade de Camaçari. Há ainda uma filial em Brasília.
À reportagem, Carmerino afirmou que sofreu um golpe de Geddel. Quando o ex-ministro ainda era vice-presidente da Caixa Econômica Federal, o empresário procurou o político para conseguir uma carta-fiança junto ao banco em que lhe daria garantias de um investimento no BNDES no valor de R$ 110 milhões. Para isso, o empresário precisava dar uma garantia no valor de R$ 65 milhões. E assim fez o empresário. Segundo Carmerino foram entregues 225 envelopes e 19 malotes totalizando os R$ 65 milhões.
O empresário explica que pediu ao seu sócio para levar o conteúdo. “Ele foi até a Caixa do Iguatemi, mas informaram que teria que ir na superintendência de pessoa física. E meu sócio foi. Entregou o dinheiro em mãos a um funcionário de Geddel”.
Carmerino conta que nos dias seguintes, Geddel confirmou o recebimento dos valores em algumas ligações realizadas. E até o fim do ano passado, Carmerino acreditava que os R$ 65 milhões estavam investidos. “Mas quando precisei resgatar o valor descobri que lá não tinha nada. Foi quando comecei a procurar a família de Geddel, a tentar falar com Lúcio [Vieira Lima] e por último o advogado dele [Gamil Föppel]”.
Questionado se possui algum tipo de prova sobre o que acusa, o empresário diz que não. “Mas tem as imagens das câmeras no banco do meu sócio entrando. Mas eles não querem me dar. Já fui na Polícia Federal oito vezes, mas eles não registram minha denúncia e dizem que não é de competência da Polícia Federal”.
Carmerino tenta um comprovante do investimento que deveria ter sido realizado. Ainda ao ser questionado o motivo de não realizar a transação via transferência bancária, o empresário titubeou. “É, esse foi meu erro. Tentei tirar a minha empresa da crise, mas acabei em um golpe de Geddel”.
A defesa do ex-ministro informou que Geddel Vieira Lima desconhece o empresário.
Entendendo a transação
Apesar de acreditar nos funcionários de que o investimento estava garantido, o empresário poderia acompanhar a transação via internet.
“A carta de fiança serve para garantir algum tipo de operação. Para que a instituição libere uma carta de fiança é exigida alguma garantia. O Banco pode liberar uma carta de fiança solicitando que o cliente deixe um valor aplicado no banco como garantia da carta.”
“Todo investimento feito no banco pode ser acompanhado pelo investidor pela internet, caso queira resgatar”.
Informações do Banco do Brasil
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