Dia da Consciência Negra no Brasil

ANTÔNIO SANTANA – Professor, Escritor
e Poeta

Santana
Professor Antônio da Cruz Santana

 

O Brasil continua demonstrando ser no século XXI ainda um país racista, machista e preconceituoso não exclusivamente com a Comunidade Negra, mas com os pobres de modo geral. Um país que oferece poucas oportunidades para essa gama da população mais sofrida, marginalizada e penalizada por falta de políticas públicas concretas e responsáveis por parte dos nossos gestores públicos. É possível observar claramente que em diversas áreas do conhecimento humano intelectual ou profissional, os negros são sempre discriminados ou excluídos de exercer cargos/funções importantes nas instituições públicas e particulares pelo Brasil a fora. Para se ter uma ideia em 2003, quando foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira, muitas escolas particulares das elites se recusaram a cumprir a mesma acima mencionada. Esse é apenas um dos absurdos e da irracionalidade praticados por uma meia dúzia de “brancos”, que se sentem superiores à raça negra brasileira. Sem falar nas diversas formas de violência praticadas contra os negros das favelas, periferias e bairros populares das pequenas, médias e grandes cidades do Brasil. Quero ressaltar, que as mulheres negras e pobres em sua maioria continuam em suas senzalas presas, trancafiadas, dominadas, humilhadas, espancadas e violentadas por monstros travestidos de homens na sociedade brasileira. Mulheres que não podem se expressar com medo de morrerem, por causa de leis machistas que não as protege. Que ora são desassistidas por governos corporativistas que não conseguem se quer proteger o seu povo, no combate à violência que parece não ter mais fim no país.
Diante disso, cabe-nos perguntar a sociedade brasileira: O que comemorar de concreto neste dia 20 de novembro no Brasil? Quem precisa ter ou criar consciência negra nesta sociedade do ócio? O que é mais importante no Brasil: a pessoa humana, o carácter ou a cor da pele?
Constantemente tem acontecido nas arenas (estádios) de futebol e em alguns centros esportivos do Brasil e de alguns países da Europa ato de racismo praticado por jogadores brancos contra jogadores negros brasileiros. Um caso mais recente aconteceu domingo, 22 de outubro de 2017, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), no clássico BA-VI (Bahia e Vitória), quando um jogador do Vitória chamou o jogador do Bahia de “macaco”, lamentavelmente fato que acontece também de torcedores considerados brancos para com jogadores negros. Isso tem que acabar principalmente em um país como o nosso que se originou do cruzamento ou da (mistura) do BRANCO, do NEGRO e do ÍNDIO.
Nesse sentido, percebe-se que algumas pessoas consideradas brancas certamente não são brasileiras, mas continuam discriminando os negros porque são no mínimo estúpidas, ignorantes historicamente e perversas. Em alguns casos deve-se perdoar àquelas pessoas desprovidas de conhecimento formal intelectual, assim como a Justiça Brasileira deve aplicar punições severas para aqueles (as) que sabem o que estão fazendo conscientemente, ou seja, a dura aplicação da Legislação Brasileira.
Pois é muito triste vermos o quanto os nossos irmãos negros e negras, sofreram e continuam a sofrer nos dias atuais não sendo pela incapacidade e inabilidade intelectual, mas simplesmente pela COR da sua PELE.
O professor, escritor e poeta negro condeubense Antônio Santana, espera um dia realmente poder comemorar de fato e de direito o nosso Dia Nacional da verdadeira Consciência Negra (sem circos, sem palhaços e sem maquiagem).
Quando isso acontecer e Deus me conceder o direito de vê, aí sim, eu comemorarei a nossa LIBERDADE. Fora disso, não há o que a Comunidade consciente comemorar nesse país injusto com o nosso passado. Acrescento ainda que, no Brasil não existe nenhum povo puramente branco se houver não é brasileiro.

ANTÔNIO SANTANA,
Professor, escritor e poeta.
Condeúba-Bahia-Brasil

 

 

 

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