A cultura do descarte Levon Nascimento
O consumismo é consequência direta do capitalismo, que é o grande “demônio” dos tempos de hoje. Diferentemente da satisfação das necessidades fundamentais, o consumo excessivo é artificialmente estimulado e doentiamente estabelecido para enriquecer uns poucos, às custas da destruição inconsequente de todos e de tudo. Do consumismo das coisas, nasce a cultura do descarte das pessoas, que é ainda pior. Está presente em todos os lugares e situações.
Nos ambientes mais ligados à economia do capital, empregos, mídia, comércios, relações de trabalho, nem se fala! Você vale enquanto produz. Pode ser o mais destacado e proativo “colaborador”; o mais brilhante “empreendedor”, o artista mais talentoso. Adoeceu, ficou ansioso, angustiado, tirou licença, caiu um pouco de produção… torna-se objeto para refugo.
Pior é na família, nas comunidades e movimentos da Igreja, nas amizades… Não se iluda! O descarte também ocorre sem cerimônia nesses espaços “virtuosos”, onde o discurso da preocupação com a salvação do próximo faz parte do repertório. Assimilaram os piores exemplos da sociedade do capital. O esquecimento é praxe. Você e eu estamos a passar por isso. A lata de lixo do ostracismo está reservada para nós.
É a obsolescência das relações humanas imitando à das coisas. Gente que não presta mais. O meio ambiente natural e o social poluídos pelo desenfreio do consumo, consumindo-se. Isso é real, cruel e anticristão.
Se quisermos ter futuro, viver e ser felizes, mais do que votos de feliz ano novo, precisamos enfrentar o capitalismo e sua cultura de descarte, em todas as dimensões.
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