Quem é a mãe de Pelé, que tem 100 anos e mora em Santos

Atleta do século celebrou o aniversário de Dona Celeste em novembro

Pelé homenageou a mãe em novembro, quando Dona Celeste completou 100 anos. Foto: Reprodução/Instagram
Pelé homenageou a mãe em novembro, quando Dona Celeste completou 100 anos. Foto: Reprodução/Instagram

Muita gente ficou surpreso ao saber que a mãe de Pelé está viva. Dona Celeste acaba de completar 100 anos. Ela era casada com João Ramos do Nascimento, jogador de futebol mineiro com quem teve três filhos: María Lucia, Jair e Edson.

Edson entrou para a história como Pelé, o craque brasileiro que conquistou três Copas do Mundo, revolucionou o futebol e morreu nesta quinta-feira (29) em São Paulo.

Pouco se sabe sobre Celeste Arantes do Nascimento, a mulher que embalou os sonhos do filho quando ele ainda não havia sido eternizado como o Rei. No dia 20 de novembro, enquanto todos só pensavam na abertura da Copa do Mundo do Catar, Pelé comemorou o centenário da mãe.

“Desde pequeno ela me ensinou o valor do amor e da paz. Tenho mais de cem motivos para agradecer por ser seu filho. Compartilho essas fotos com muita emoção para comemorar este dia. Obrigado por cada dia pelo seu lado, mamãe”, declarou o campeão mundial na Suécia 1958, Chile 1962 e México 1970.

Dona Celeste está longe dos holofotes em Santos e é cuidada por sua filha Maria Lúcia, que -após a morte de Pelé passou a ser a única filha viva.

Celeste casou-se com João Ramos do Nascimento, o Dondinho, como era conhecido. Foi um destacado jogador de futebol mineiro que chegou a jogar no Atlético Mineiro. Tiveram três filhos, criados entre Três Corações e São Lourenço. O do meio era Jair (1942), mais conhecido como Zoca.

Ela foi mãe de Pelé aos 18 anos, na cidade mineira de Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940.

Segundo a lenda, Dona Celeste foi quem recebeu uma visita importante na década de 1950. Waldemar de Brito, um caçador de talentos com passagem pela Copa do Mundo da Itália em 1934, a convenceu de que o pequeno Dico (primeiro apelido de sua infância) largaria o emprego em uma fábrica de calçados e ingressaria no Santos.

“Eu quero que você continue segurando minha saia”, ela resistiu. Ela estava preocupada com a distância, quem cuidaria do filho. “E se ele ficar doente?” Promessas de cuidado a suavizaram: “Bem, você pode ir.” Toda a cena foi reconstruída para o documentário O Rei Pelé (1962), no qual a própria Celeste se coloca no lugar de sua personagem.

Muitos anos depois, outro cortesão veio pedir sua ajuda. Em 1999, após ter ocupado o Ministério do Esporte no governo de Fernando Henrique Cardoso, o Rei queria chegar à presidência do Santos. José Fornos Rodrigues, seu assessor, dirigiu-se a Celeste.

“Eu disse a Dona Celeste que o filho dela estava sonhando. Ele tem que estar acima do bem e do mal, ser presidente não era para ele. Pelé às vezes sonha e eu o abaixo no chão, puxo a perna dele”, lembrou.

Na ocasião, o astro homenageou a mãe. Ele deu seu nome a um dos gêmeos que teve com sua segunda esposa, Assíria Seixas Lemos. A mãe também retribuiu o carinho. Junto com seu irmão Jorge, só com sua memória conseguiram construir o museu Casa Pelé, uma réplica da casa natal do Rei em Três Corações, ambientada nos anos quarenta. A alguns quarteirões dali existe uma estátua de Dondinho e Pelé.

Nas fotos postadas pela família durante a internação no Hospital Albert Einstein, Dona Celeste não apareceu em nenhum momento já que segue reclusa na cidade de Santos.

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