Primeiro Natal
Por Paulo Henrique
Eu fico pensando e tentando atualizar o primeiro Natal
Naquela noite, nada tinha de ouro e cristal
Tudo era traduzido em pobreza e humildade
Numa gruta rude e suja, numa periferia como o fundo de um quintal.
O primeiro natal não tinha convidados e nem ceia com fartura
Mas tinha o pão da vida deitado na manjedoura
Era Belém a casa do pão
Era um pequenino com o nome de salvação.
A família do primeiro natal não encontrou lugar em nenhuma casa ou hospedaria
O desespero foi total em São José com sua Maria
Correram pra junto dos animais
Numa noite diferente, iluminada pela estrela guia, mas também uma noite fria.
Faltava tudo, faltava socorro e ajuda
Faltava a presença de quem pudesse fazer o parto
Mas não faltava o amor de Deus que providenciava tudo
E foi ali na ausência de tudo que nascia o todo, o essencial.
Recebeu a visita dos pastores que estavam nos campos
Recebeu os magos do oriente que seguiram a estrela
Ganhou ouro, incenso e mirra, não migalhas
Presentes para um rei deitado em palhas
E depois daquela noite venturosa tudo foi diferente
Esse menino que nasceu discretamente mudou a vida da gente
Mudou o mundo inteiro e toda a história
Plantando nos corações uma nova e eterna semente
Semente de vida em plenitude no coração de quem o sente presente.
Foi assim o primeiro natal!
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