Ministro da Defesa se reúne com Moraes após ser intimado a apresentar resultado de auditoria em urnas

Fora da agenda oficial, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, se reuniu na tarde desta terça-feira com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. O encontro ocorreu horas após Moraes dar 48 horas para que a pasta os documentos referentes à eventual auditoria das urnas realizada pelas Forças Armadas.

De acordo com interlocutores do TSE ouvidos pelo GLOBO, durante a reunião o ministro da Defesa teria se comprometido com Moraes a apresentar um relatório sobre os boletins de urna.

Ainda de acordo com relatos feitos à reportagem, o encontro, que durou cerca de 45 minutos, teve a presença do secretário-geral do TSE, José Levi do Amaral, e do general Rodrigo Vergara.

Na decisão que motivou o encontro, Moraes também determinou que o Ministério da Defesa informe com a fonte do recurso empregado para a realização da auditoria. O despacho foi dado em um pedido feito pelo partido Rede Sustentabilidade.

Antes das eleições e ao longo do ano, as Forças Armadas insistiram para participar ativamente do processo de fiscalização das urnas eletrônicas. Um dos trabalhos avaliou uma amostra de ao menos 385 boletins de urna. O resultado ainda não foi tornado público.

O pedido original da Rede Sustentabilidade tinha como alvo uma afirmação do presidente Jair Bolsonaro de maio em que ele insinuava que queria contratar uma auditoria privada para fiscalizar o processo eleitoral.

Moraes então avaliou que o pedido estava prejudicado por conta do processo eleitoral em curso, mas “as notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas” pareciam satisfazer a vontade do presidente.

“Por outro lado, as notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”, disse o ministro na decisão.

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