Lei Padre Júlio: Veto de Bolsonaro é chamado de ‘desumano’ e ‘errado’
Lei Padre Júlio: Veto de Bolsonaro é chamado de ‘desumano’ e ‘errado’
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Deputado eleito por SP, Boulos chamou de “desumano” veto de Bolsonaro à lei Padre Júlio;
- Proposta aprovada na Câmara proibia construção de estruturas hostis a pessoas em situação de rua;
- O Congresso ainda pode derrubar o veto de Bolsonaro ao projeto de lei.
Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal eleito por São Paulo e integrante da equipe de Transição de Lula (PT), presidente eleito, criticou o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Lei Padre Júlio, uma proposta que proibia a aplicação da chamada “arquitetura hostil” em espaços públicos.
Batizado de Lei Padre Júlio Lancellotti, o projeto impedia que prefeituras e governos construíssem estruturas que impedissem a ocupação dos espaços públicos por pessoas em situação de rua.
Além de considerar o veto “desumano”, Boulos disse que Bolsonaro é “o inimigo número 1” das pessoas pobres.
“DESUMANO! Bolsonaro vetou a lei Padre Julio Lancelotti, que prevê a proibição de arquitetura hostil à população em situação de rua. Bolsonaro é o inimigo número 1 dos pobres! Vamos lutar pela derrubada do veto no Congresso!”, escreveu no Twitter nesta quarta-feira (14).
Confira a publicação:
Outros parlamentares também comentaram o assunto. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se junta ao grupo que promete a derrubada ao veto.
“Somos pela derrubada do veto ao projeto que proíbe a chamada arquitetura hostil, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional. Pontas de ferro e de vidro, pedras e fios elétricos não podem ser usados contra moradores de rua, jovens e velhos em logradouros públicos e afins”, publicou no Twitter.
Confira:
“O veto de Bolsonaro à Lei Padre Júlio Lancellotti é mais uma amostra da desumanidade do ainda presidente. A lei proíbe a arquitetura hostil, feita para afastar a população que mora na rua. Vamos trabalhar para derrubar esse veto no Congresso Nacional!”, publicou.
Além disso, Bolsonaro indicou, em mensagem pela Secretaria-Geral da Presidência da República, que a expresão “arquitetura hostil” pode causar insegurança jurídica por ser um conceito em construção.
“O veto presidencial preserva a liberdade de governança da política urbana”, diz nota divulgada a respeito da decisão. O Congresso ainda pode derrubar o veto de Bolsonaro ao projeto de lei.
Padre Júlio Lancellotti
Coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo, o religioso tem um trabalho voltado a ajudar pessoas em situação de extrema vulnerabilidade.
Em diversas ocasiões, Lancellotti denunciou o uso de bancos com divisórias em locais públicos, pedras colocadas sob viadutos e estacas de ferro em fachadas de estabelecimentos que impedem o uso do espaço por pessoas em situação de rua.
Em fevereiro de 2021, ele usou uma marreta para quebrar pedras que a prefeitura de São Paulo instalou embaixo de um viaduto para impedir que pessoas dormissem no local.
Com isso, deu nome a proposta de autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES).
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