Hoje dia 21/4/2022, completa 230 anos da execução de Tiradentes

Por Paulo Henrique

Neste dia 21 de abril, relembramos o martírio do inesquecível Tiradentes, um ícone da luta persistente pela liberdade e pela democracia, pelo direito de falar e ser ouvido em um tempo tão obscuro pelo qual passava o nosso Brasil.
Hoje, depois de tanto tempo, mesmo com a conquista de direitos libertadores, ainda precisamos reviver a luta deste mártir das Minas Gerais, guerreiro da Inconfidência Mineira. Mas reviver para quê? Só para fazer história nas escolas e dar sentido ao feriado nacional? Não, isso não tem nada de relacionado com a luta do grande Tiradentes.
Estamos vivendo as “escravidões” das disputas polarizadas pelo poder que ainda chamam de república democrática. E será que ainda existe mesmo democracia? Ou até isso já nos foi tirado e ainda não nos demos conta?
O que reza a cartilha da democracia? O seu princípio fundador está baseado na proposta de ouvir e escutar a vontade da maioria do povo. Seria em tese o melhor caminho para eleger um governo que pudesse ter a representatividade válida e ampla da maioria. Mas isso está acontecendo?
Tá tão difícil se posicionar que até sentimos medo de ofender alguém ou achar que estamos ferindo os princípios e os valores que sempre nos conduziram. Sim, é isso mesmo que está acontecendo nos dias atuais. Às vezes nos vem a ideia de uma certa “covardia” de não decidir e não escolher, de não tomar partido como diz o povo na linguagem popular, ou seja, sair de cima do muro.
A política que deveria ser um caminho de unidade na construção do bem coletivo de muitos, agora está dividida em direita e esquerda para a construção do bem coletivo de uns poucos.
Eu entendo que isso é um radicalismo sem perdão!!! E ainda veremos os frutos dolorosos dessas polarizações sem fundamento.
Se escolhemos conservar e manter algumas coisas, já somos tachados de militantes de uma direita cruel, preconceituosa e tradicionalista, saudosa de passado e amante da ditadura. O julgamento é esse.
Se escolhemos dialogar, buscar a sutentabilidade no desenvolvimento, se escolhemos lutar por direitos sociais, por moradia, trabalho e pão para todos, somos tachados de integrantes da esquerda, comunistas, liberais ao extremo, favoráveis ao aborto e contrários aos valores morais e cristãos.
Se escolhemos o centro, somos julgados como interesseiros, espertos, favoráveis aos acordos e as barganhas, covardes por não estar na direita ou na esquerda, turma do toma lá dá cá etc… O julgamento é esse.
Enfim, onde fica mesmo os valores da democracia de um país tão lindo e diverso como o nosso Brasil?
A rampa do palácio está sempre no menso lugar: sobe presidente e desce presidente, sobe direita e desce esquerda, desce quem pensa no pobre e sobe quem vai acabar com a corrupção, sobe ideologia de um lado da rampa e desce ideologia do outro lado. Mas será que o Brasil já teve a oportunidade de subir pelo menos uma vez para visitar o seu próprio palácio? Se nunca subiu, estava na hora de convidá-lo a fazer essa visita.
Será que o Brasil escolheria algum lado? Ou será que ele iria ressuscitar o grande mártir da Inconfidência Mineira?
Não vejo muita saída e não tenho muitas esperanças nessa luta perversa entre os grupos que privatizaram as suas “verdades” absolutas, transformando-as em pautas políticas que nada mais representam para nós, mas só nos revela a incapacidade que estamos tendo em não discutir o BRASIL.
O fato é que não temos um plano de governo, um plano de trabalho, um plano de políticas públicas para discutir, construir, apresentar, amadurecer e escolher com liberdade. O que temos no momento são pautas de grupos que não querem pensar no bem de um país que não cabe dentro do lado esquerdo e nem do lado direito.
Se o Brasil não for maior que essa polarização, o nosso povo não terá paz.
Que o exemplo de Tiradentes nos inspire a lutar pelo Brasil, pela liberdade, pela democracia, pelo povo, pelo direito de expressão, pelo direito de votar e escolher com liberdade e respeito.
E que venham mais Tiradentes daqui pra frente com a missão de salvar o BRASIL que não tem dono e que não tem lado, pois a pátria é mãe gentil de todos como diz a letra do hino nacional.
Viva Tiradentes! Viva a Inconfidência Mineira!
Viva o diálogo, o respeito e a tolerância!

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