Copa tem decepção de Cristiano Ronaldo e erro de Kane; veja o dia no Catar
O MUNDO NEM SEMPRE É BÃO, SEBASTIÃO
Existem diversas teorias na internet que ligam a figura de Cristiano Ronaldo ao mito de Dom Sebastião. Rei português em 1578, Sebastião pretendia tomar o controle da região do norte da África onde fica localizado o Marrocos, em reação ao Império Otomano ter tirado dos espanhois a cidade de Túnis, hoje capital da Tunísia. O Marrocos era a última barreira entre os otomanos e a Península Ibérica, e Dom Sebastião queria evitar uma nova invasão árabe, menos de 100 anos depois de os muçulmanos serem expulsos do local. Foi à guerra com os otomanos mas jamais voltou dela, seu corpo tendo desaparecido na Batalha de Alcácer-Quibir.
Com a derrota de Portugal frente a Marrocos muitos lembraram do mito do sebastianismo, que crê que Dom Sebastião representava um novo messias, que retornaria futuramente para levar o país a outros apogeus de glórias e conquistas, e que viam na figura de Cristiano Ronaldo esse novo mito. Após figurar no banco português nos jogos das oitavas e das quartas, Ronaldo entrou no jogo contra o Marrocos para tentar mudar a história de Portugal, mas pouco pode fazer antes de sair chorando de campo com o final da partida. A provável aposentadoria de CR7 antes da próxima Copa do Mundo deixa os portugueses em busca de um novo rei, um novo Sebastião.
TRISTEZA EM AL-USHBUNA
Durante quase 800 anos os árabes ocuparam a Península Ibérica com exceção de uma parte que hoje corresponde ao norte da Espanha. A área de dominação muçulmana era então chamada de al-Andalus, um nome que sobreviveu mesmo após a retomada da Península por portugueses e espanhois, e que hoje serve para denominar a região mais ao sul da Espanha, a Andaluzia. A influência árabe na região resiste nas línguas, portuguesa e espanhola. Lisboa, a capital portuguesa, foi fundada sob o nome de Alis Ubbo pelos fenícios, sendo depois rebatizada de Olissipo pelo Império Romano. Durante a ocupação muçulmana a cidade recebeu o nome de al-Ushbuna, que deu origem ao nome atual. Com o fim da dominação árabe na região os muçulmanos restantes se realocou, em sua grande maioria, no país mais próximo: o Marrocos. E hoje justamente os marroquinos foram responsáveis pela eliminação portuguesa, deixando triste al-Ushbuna e todo país.
HOMENAGEM
Autor do primeiro gol da vitória francesa sobre a Inglaterra, com um belo chute de fora da área, o jovem Aurélien Tchouaméni homenageou seu ídolo de infância na comemoração. Após marcar seu primeiro gol em Copas do Mundo, o jogador do Real Madrid comemorou imitando Lisandro López, atacante argentino que jogou no Lyon entre 2009 e 2013. Apesar de ser torcedor do Bordeaux, Tchouaméni diz que o atacante que mais o inspirava era Lisandro López.
Youssine Es-Nesyri marcou o gol que colocou o Marrocos na primeira semifinal de Copa do Mundo não apenas de sua história, mas de todo continente africano. Após bater na trave com Camarões em 90, Senegal em 2002 e Gana em 2010, a África coloca um representante entre as quatro melhores seleções do mundo. Nascido em Fez, a terceira maior cidade do Marrocos, considerada um centro cultural e educacional do país, Es-Nesyri voou alto para marcar o gol mais importante do futebol nacional. O Marrocos agora se prepara para o maior desafio da sua história, e enfrenta justamente a França, um dos três países que invadiram o Marrocos no passado. Os outros dois, Espanha e Portugal, já foram eliminados da Copa pelos próprios marroquinos.
NÃO FOI UM MAR DE ROSAS
Com um pênalti perdido por Harry Kane aos 39 minutos do segundo tempo, a Inglaterra perdeu por 2 a 1 para a França e volta mais cedo do Catar. A eliminação pode significar um novo capítulo da seleção inglesa, que já havia perdido a Eurocopa ano passado em decisão por pênaltis. Muito criticado pelos torcedores Gareth Southgate é a dúvida para o próximo ciclo inglês. Apesar de a Guerra dos Cem Anos ser provavelmente o conflito mais conhecido entre ingleses e franceses, foi o final dela que trouxe a Guerra das Rosas. Uma disputa interna pelo poder após os problemas econômicos e sociais causados pela perda de poder em território francês, que criou uma disputa pelo trono inglês entre duas casas reais. Tal como seus antepassados, a Inglaterra agora vai precisar decidir se após uma derrota para a França mantém no trono seu comandante ou se um novo rei surgirá.
Comentários