Condeúba: Inaugurada quadra do Baixão que recebeu o nome de Jesuíno Benigno da Silveira

Na noite friorenta deste domingo dia 26 de junho de 2022, foi inaugurada em alto estilo a quadra poliesportiva da Fazenda Baixão de Paulo, pelo prefeito Silvan Baleeiro que contou também com a presença da vice-prefeita Mara Rúbia, os vereadores Nena, Bell e Carlito além dos secretários municipais Ailton de Finanças, Toninho de Filó Administração, Naná da Assistencia Social e Normando de Obras. Esteve ainda prestigiando o evento o ex-prefeito Odílio da Silveira.

O cerimonial foi feito pelo chefe de Gabinete Paulo Henrique, diga-se de passagem, com grande destaque, muito brilho e luz, como sempre tem sido a participação nesses eventos do nosso caro amigo Henrique.

A Comunidade do Olho d’Água foi a responsavel pela organização do evento, oferecendo ao público em geral comidas e bebidas típicas das festas juninas. Teve também, danças e quadrilhas organizadas pelas Comunidades do Tamboril, Ripa e Olho d’Água, por último teve a quebra de um pote e o encerramento foi altas horas da madrugada com um belíssimo forró comandado pelo grande artista da terra Nandinho dos Teclados.

Homenagem:- O ponto alto da festa, foi a justíssima homenagem feita pela vereadora NENA ao ilustre filho da terra Jesuíno Benigno da Silveira (In memorian), dando o seu nome à quadra poliesportiva do Baixão que acabara de ser inaugurada oficialmente.

Agradecimentos:- A família Silveira que foi representada no evento pelos 4 filhos do homenageado Jesuíno, além de seus irmãos e demais parentes, agradecemos imensamente a iniciativa de Juari Francisco do Nascimento e da vereadora Maria Neres de Sousa Brito (Nena), pela sígne e grande homenagem feita ao nosso ilustre e querido parente Jesuíno Benigno da Silveira.

Família do homenageado:- a esq. Oclides da Silveira primo, Carol, Darli, Jailde e Elpidio irmãos e os 4 filhos Geisa, Leiliane, Josiane e Danilo – Foto Medonho.

Veja o vídeo abaixo da leitura da Biografia de Jesuíno

BIOGRAFIA:                                                          Jesuíno Benigno da Silveira era conhecido carinhosamente entre os amigos por “Du e Zuino de Zé Silveira”, ele nasceu no município de Condeúba na Comunidade da Cachoeira, no dia 18 de dezembro de 1957, filho de José Benigno da Silveira e Maria Carolina de Jesus, na ordem de nascimento, ele foi o 7º dos 15 irmãos. No dia 31 de outubro de 1961, seus pais mudaram-se para a Comunidade do Olho d’Água onde Jesuíno foi criado. Desde criança já era muito ativo e inquieto, seus pais e os irmãos mais velhos, notavam nele ser uma pessoa diferenciada dos demais, pois, sua inquietude era muito grande e desde sua infância e adolescência, já aflorava o desejo de ajudar ao próximo como podemos ver a seguir, parte de alguns relatos de sua história que foram contados por seus amigos e familiares.

Jesuíno ainda na sua adolescência começou a jogar futebol de campo no time de José de Sousa entre outros, anos depois ele fundou o seu próprio time com o nome de “Olho d’Água” em homenagem a sua comunidade, no qual ele era o líder maior tanto dentro como fora de campo, pois, tudo andava de acordo com suas orientações. Esse time durou por muitos anos e trouxe muitas alegrias para a sua comunidade com suas vitórias e também para outras pessoas por onde jogava. Com a grande engrenagem criada pelo seu time de futebol entre os jogadores e a comunidade, “Zuino” passou a ser destacado no meio de todos, com isso, ele foi assumindo a liderança da comunidade, de tal forma, que todos os problemas que surgiam, Jesuíno era o primeiro a ser consultado para resolvê-los e sempre os resolviam, Jesuíno gozava de uma inteligência esplendorosa, com raciocínio rápido ele via a solução para todos os problemas, “segundo ele seria resolvido com dois palitos”.

Por muitas vezes “Du” viabilizou movimentos em algumas comunidades com festas e leilões, para levantar dinheiro com o intuito de construir casas e doar às pessoas que não possuíam e nem tinham condições de construir, bem como fazia também reformas de residências na sua comunidade através de mutirões, todos esses movimentos eram feitos de forma voluntária, ninguém recebia nada pelos serviços prestados, além de um Deus que lhe ajude e muito obrigado dito pelo Jesuíno que era o mentor da obra.

CASAMENTOS:- Jesuíno casou-se aos 35 anos de idade com a Sra. Selvina Prates da Silveira no dia 21 de maio de 1992 somente no civil, cinco anos depois eles se casaram no religioso em 3 de outubro de 1997. Deste matrimônio nasceram 4 filhos Geisa Prates da Silveira, Josiane Prates da Silveira, Danilo Benigno da Silveira e Leiliane Prates da Silveira.

FUNDAÇÃO DA COMUNIDADE:- “Zuino” participou de forma ativa juntamente com outros, na fundação da comunidade católica do Olho d’Água, sendo que no dia 14 de agosto de 1992, foi celebrado o primeiro Culto na antiga escola Criança Feliz e depois passaram a se reunirem e celebrar nas residências do Sr. Erotildes José Pereira, “Zuino de Zé Silveira” dentre outras. Sem um local definido para a sua construção. Jesuíno logo apareceu na história como era de costume e fez a doação do terreno, local onde foi construída a atual Capela de Senhor dos Passos em janeiro de 1997.

FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO:- “Du” chegou a participar das primeiras reuniões realizadas na residência do Sr. Argemiro, cuja finalidade era a fundação da Associação dos Produtores Rurais das Fazendas Canabrava e Olho d’Água, a qual se concretizou no ano de 2001.

CAVALGADA:- Juntamente com seu amigo Ilço de Nena, Zuino foi um dos criadores e organizador da cavalgada na comunidade, a qual foi realizada por algumas vezes.

JUDAS:- Jesuíno com seu irmão Elpidio e outros amigos, foi quem primeiro fez a queima do Judas que se transformou numa grande festa, eles montavam uma equipe de pessoas amigas da comunidade e saíam todos mascarados e acompanhavam o Judas que seguia na frente montado em um jegue. O grupo visitava as residências fazendo graças e provocando dúvidas nas pessoas que não identificavam os mascarados, em cada visita que eles faziam, pediam um brinde para fazer a festa da queima do Judas na noite de sábado de Aleluia e convidava todos para participar da mesma. No dia da realização da festa, era usado todos os donativos recolhidos e partilhados com quem participassem da festa de queima do Judas.

FESTA COM LEILÕES:- Du sempre que necessário, idealizava e organizava festas com leilões para beneficiar pessoas que estivesse precisando de ajuda, ele participava desde a organização, bem como pedia brindes para a festa e gritava os leilões. Isso era feito para ajudar pessoas a construir casas ou reformar, para ajudar a fazer velório de pessoas que não tinham condições de um enterro digno, bem como para ajudar seus familiares.

FESTEIRO:- Zuino de Zé Silveira foi festeiro nas Comunidades do Olho d’Água e também no Riacho de Areia na Capela de Santa Luzia a convite de seu grande amigo o então vereador José de Sousa. Além de ele participar e ajudar diretamente em outras comunidades como no Distrito do Alegre, Tamboril, Riacho Seco entre outras.

VAQUEIRO:- Jesuíno aprendeu a arte de vaquejada com seu pai José Silveira, ele era habilidoso no trato de conduzir os animais, sempre com muito cuidado, os arrebanhavam no campo e depois conduzia para os currais e mangas ou até mesmo para vender como eles sempre faziam grandes negócios com gado, cavalos, porcos, carros, terrenos e outros.

MARCHANTE:- Zuino de Zé Silveira de tudo fazia um pouco e bem feito, ele foi por toda sua vida agricultor, em algumas épocas fazia carvão e também foi marchante ou seja, açougueiro por alguns anos. Na época as famílias pobres Tinham dificuldade para possuir automóveis, mas Jesuíno conseguiu adquirir alguns deles.

ESCOLARIDADE:- Du não teve formação escolar, porém era um exímio matemático na prática, tinha grandes facilidades para lidar com os números sem colocar no papel. Imaginava com rapidez qualquer equação matemática, dando de pronto o resultado correto, era um fenômeno natural.

TRUCO:- Jesuíno foi um grande jogador de baralho, especialmente o truco, tinha seus parceiros prediletos que disputavam campeonatos de truco e dificilmente perdia, tudo em prol de promover o lazer e reunir as pessoas, pois, não jogava a valer.

FORRÓ:- Du quando ainda era solteiro, promovia festinhas na residência de seus pais, fazia bons forrós e para isso acontecer, ele buscava dançadeiras nas comunidades vizinhas como: Cerquinha, Riacho Seco e outras, no carro do seu amigo inseparável José de Sousa.

REIZADO:- Zuino criou a primeira Frota de Reis na Comunidade do Olho d’Água com a participação de homens e mulheres, ele era o batedor de caixa e o marcador de contradanças, um grande líder inconteste da turma.

MUTIRÕES:- Du foi um criador de grandes mutirões para fazer roça, carvão, colheitas, reformas de casas, etc. Mesmo depois de casado seu pai José Silveira sempre o chamava para consultar sobre alguma decisão de negócios ou de outra coisa qualquer.

OLEIRO:- Jesuíno depois de casado começou a pensar em construir sua casa, então ele montou a própria olaria e passou a confeccionar os tijolos e as telhas, além das madeiras que ele mesmo tirou e beneficiou. Construiu sua casa pelo lado de cima da estrada, depois entrou em contato com o vereador José de Sousa e mudou a estrada para passar em frente de sua casa, assim também ele ajudou a tirar as balizas desta estrada que vai em direção ao Bom Abrigo, para tirar as curvas e deixando mais reta.

MORTE:- O grande Zuino diante da vida agitada que levava, contraiu uma diabetes possivelmente do “tipo 2 emocional” e ninguém descobriu a tempo para providenciar o devido tratamento, quando ele começou a perder a visão e sentir fortes dores nas pernas, foi socorrido para o Hospital Municipal de Condeúba, onde foi medicado e transferido para o Hospital de Base em Vitória da Conquista, porém não resistiu a gravidade e foi a óbito às 23h45min., na noite do dia 16 de novembro de 1998. Jesuíno morreu aos 41 anos de idade. O corpo foi velado em sua residência no Olho d’Água com grande clamor popular de todos os que compareceram ao seu velório, choros e clamor das pessoas em volta do caixão, na quarta-feira dia 17 foi feito o sepultamento no Cemitério Municipal do Baixão.

Esta biografia de Jesuíno Benigno da Silveira foi escrita pelo seu primo, o jornalista Oclides da Silveira MTPS nº 5910/BA.

Fotos: Oclides/JFC