Antes bolsonaristas, parlamentares agora tentam criar pontes com governo Lula
-
Antigos aliados de Bolsonaro acenam ao novo governo Lula;
- ‘Ex-bolsonaristas’, parlamentares compareceram à posse de ministros;
- Políticos que se mantém próximos de Bolsonaro também adotaram postura neutra.
Antigos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão se movimentando para se aproximar do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta semana, ao menos quatro ex-deputados bolsonaristas marcaram presença na cerimônia de posse de Geraldo Alckmin como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Junior Bozzella (União-SP), Julian Lemos (União-PB), Heitor Freire (União-CE) e Dayane Pimentel (União-BA) se elegeram parlamentares em 2018 na esteira do bolsonarismo, mas romperam com Bolsonaro ao longo do governo. O motivo foi a saída do ex-mandatário do PSL, partido que se fundiu ao DEM para criar o União Brasil.
Além de serem do mesmo partido, os deputados têm em comum o fato de que não se reelegeram em 2022, situação atribuída, em parte, ao rompimento com Bolsonaro.
“Bolsonaro é um mal ainda a ser extirpado. É o Bolsonaro, não é a centro-direita. É o extremismo e o radicalismo que o Bolsonaro insuflou. Esse é um ponto de convergência de todos nós que foram vítimas dessa milícia digital e pagamos o preço disso nas urnas por enfrentar o Bolsonaro em defesa do processo democrático”, disse Bozella, ao portal O Globo.
Os quatro registraram nas redes sociais o comparecimento ao evento de Alckmin. O vice-presidente e agora ministro é visto como uma ponte entre conservadores e o governo do PT.
Novos apoios
Não foi apenas parlamentares afastados de Bolsonaro que fizeram acenos a Lula. O deputado federal Otoni de Paula (MDB), vice-líder do antigo governo na Câmara e apoiador do ex-presidente, esteve na posse dos ministros das Cidades, Jader Filho, e dos Transportes, Renan Filho.
À colunista Bela Megale, do Globo, informou que trata-se de um “gesto de gentileza e respeito”, já que os dois ministros são do MDB. Ele complementou dizendo que fará “forte oposição” ao atual governo.
A ex-ministra da Secretaria de Governo de Bolsonaro, Flavia Arruda, também chamou a atenção ao parar Lula para abraçá-lo no dia da posse. Dois dias depois, se desfiliou do PL, partido de Bolsonaro.
A interlocutores, afirmou que saiu da sigla por não conseguir conviver com radicalismo e garantiu que nunca foi inimiga nem adversária de Lula.
Comentários