A Folia de Santo Reis: Tradição Secular e Rica em Cultura
O período de Santo Reis é um dos momentos mais esperados do calendário cultural brasileiro, marcado por uma tradição secular que remonta às influências do Oriente Médio e se adaptou ao longo dos séculos em diversas regiões do país. No Nordeste, a celebração assume características únicas, com destaque para a Bahia, onde a Folia de Reis se distingue pelo ritmo cadenciado, melodias marcantes e elementos cênicos ricos em simbolismo.
Na musicalidade da região, o diferencial está nas contradanças, uma forma elaborada de composição que combina a harmonia instrumental com a profundidade das vozes. Além disso, o aspecto teatral desempenha um papel fundamental. O “marcador”, figura central do grupo, utiliza gestos com pés, mãos e até a cabeça como parte das saudações e interação com os companheiros de roda. Um dos momentos mais aguardados é a contradança cruzada que formando um 8, em que os participantes realizam gestos coordenados, proporcionando um espetáculo que atrai a admiração do público.
Na última sexta-feira, 3 de dezembro de 2025, tivemos o privilégio de receber em nossa residência a companhia “Comunidade de Cequinha”, um grupo oriundo de uma próspera comunidade da região. A noite foi repleta de alegria, música e devoção. Como é de costume, preparamos uma mesa farta de café para receber os foliões e seus acompanhantes, em um gesto de hospitalidade que reforça o espírito de partilha e união que a Folia de Reis simboliza.
Essa tradição, que se mantém viva graças ao esforço coletivo de suas lideranças, demonstra a importância da organização para a longevidade dos grupos. A disciplina e a colaboração entre os participantes garantem não apenas a preservação da cultura, mas também a renovação constante de seus valores.
A Folia de Santo Reis, com seus adornos, melodias e encenações, é muito mais do que uma manifestação cultural; é um elo vivo entre passado e presente, carregado de significado e beleza que transcende gerações.
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Fotos: Oclides/JFC