Marrocos: 2022, um ano digno de filme de maluquices da Sessão da Tarde

Hakim Ziyech treina para as semifinais da Copa do Mundo do Catar. Foto: KARIM JAAFAR/AFP via Getty Images
Hakim Ziyech treina para as semifinais da Copa do Mundo do Catar. Foto: KARIM JAAFAR/AFP via Getty Images
A seleção do Marrocos, que surpreendeu o mundo ao se tornar a primeira seleção africana a chegar em uma semifinal de Copa do Mundo, teve um ano digno de filme. Só que o filme em questão seria alguma “dramédia” cheia de maluquices e reviravoltas, daquelas que passam na Sessão da Tarde.

O ano começou com os marroquinos se preparando para a Copa Africana de Nações (CAN) sob o comando de Vahid Halilhodzic, treinador bósnio com longa experiência em clubes e seleções. Halilhodzic, que estava a frente da equipe desde 2019, havia conquistado a classificação para a terceira fase das eliminatórias africanas da Copa do Mundo, e pretendia usar a CAN como preparação para os confrontos com a República Democrática do Congo, que definiriam qual dos dois países estaria no Catar.

Mas o clima não era bom. Vahid Halilhodzic era sabidamente contrário à presença do astro Hakim Ziyech na seleção, e não o convocava desde junho de 2021 por ‘problemas disciplinares’, segundo ele. “Nem se ele se chamasse Lionel Messi o chamaria de volta”, afirmou o técnico. A campanha sem brilho na CAN acabou nas quartas-de-final para um Egito que não convencia, e a imprensa e torcedores começaram a pedir a volta de Ziyech, visto como presença necessária para que o Marrocos buscasse a classificação para a Copa, nas eliminatórias que aconteceram em março. Foi então que o próprio jogador resolveu se aposentar da seleção.

Março veio e Halilhodzic se dobrou aos desejos da Federação, e chamou Zieych e Noussair Mazraoui, outro jogador que tinha problemas com o técnico, para participar dos jogos das eliminatórias. Porém ambos jogadores rejeitaram a convocação. Ainda assim, Marrocos passou sem sustos pela DR Congo e garantiu vaga no Catar.

Mesmo assim a Federação queria o retorno dos jogadores que não tinham uma boa relação com o técnico, e em agosto decidiu que Halilhodzic não seria a pessoa adequada para comandar a equipe na Copa. Após a demissão do bósnio, os dirigentes marroquinos foram atrás de Walid Regragui, que havia sido campeão do campeonato local e da Champions League Africana com o Wydad Casablanca.

Regragui logo ligou para Ziyech, Noussair e também Amine Harit, outro jogador que estava longe das convocações. Os três aceitaram voltar à seleção para participar da Copa, com Harit ficando de fora apenas por uma lesão sofrida antes da competição.

Nesta quarta-feira (14), os marroquinos, com Ziyech no time, buscam fechar o ano de maneira bem diferente de como o começoam. Chegar à final da Copa, com uma vitória em cima da França, que foi um dos países que ocuparam o território marroquino ao longo da história, seria mais uma reviravolta no ano maluco da seleção do Marrocos.

Provável escalação para o jogo: Bonou, Hakimi, El Yamiq, Saiss, Mazraoui; Amrabat; Ziyech, Ounahi, Amallah, Boufal; En Nesyri

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