Debate presidencial no SBT sem Lula tem Lula como protagonista

Redação Notícias

Candidatos momentos antes do início do debate SBT/CNN (Reprodução)
Candidatos momentos antes do início do debate SBT/CNN (Reprodução)
Mesmo ausente fisicamente no debate, Lula foi o mais citado dos candidatos.

Era esperado e se confirmou: o debate presidencial promovido pelo pool de imprensa composto por SBT, CNN, Estado de S. Paulo, Veja, O Estado de S. Paulo, Terra e Nova Brasil FM ficou marcado pela ausência de Lula (PT), candidato que lidera as pesquisas eleitorais. Seja pelo protagonismo dado ao petista pelos próprios adversários, que mesmo com a ausência focaram suas forças em atacá-lo, ou seja pela monotonia do evento em comparação ao primeiro, a desistência do ex-presidente deu a tônica do debate.

E onde estava o Lula?

O candidato preferiu não ir ao debate para fazer um comício na zona leste de São Paulo ao lado de Fernando Haddad (PT), seu candidato ao governo paulista. Antes da campanha começar, o próprio petista havia feito a sugestão de que um pool de imprensa se reunisse para que houvesse menos debate. O ex-presidente já criticou algumas vezes o formato dos debates, que ele considera engessados.

Lula longe, mas Lula perto

Todos os candidatos presentes, de alguma forma, criticaram a ausência de Lula. Principais adversários do petista, Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) foram os que mais insistiram no assunto.

“A ausência do presidiário, do ex-presidiário, demonstra que ele não tem qualquer compromisso para com a população”, afirmou Bolsonaro

Bolsonaro volta a ter embate com mulheres

Mesmo sem Lula, a distribuição de narrativas do debate lembrou bastante o primeiro, realizado por Band, UOL e Folha de S.Paulo. Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil) notoriamente repetiram ataques a Bolsonaro.

Com a primeira, ele se desentendeu na temática corrupção ao citar, principalmente, a atuação da senadora em seu cargo. Com Soraya, o desentendimento tomou ares de deboche ela chegou a fazer provocações a Bolsonaro, como quando recomendou a ele que ele “não cutucasse a onça, ainda mais com vara curta”.

“Candidato, você diz que defende as famílias brasileiras mas você não respeitou a dor das famílias que perderam entes na pandemia, que você não respeita as mulheres brasileiras todo mundo já sabe”, afirmou Tebet logo na sua primeira pergunta.

Dobradinha ideológica com desconhecido

Bolsonaro usou a presença inédita de padre Kelmon (PTB) para fazer uma dobradinha ideológica e abrir campo para ficar a vontade em temas de cunho religioso e moral. Ao longo de todos os blocos temas como aborto, ditaduras de esquerda e “ameaças” comunistas foram temas dos dois candidatos, que são de partidos reconhecidamente aliados.

Debate morno

Mesmo com um número considerável de pedidos de resposta, o debate do SBT acabou sendo morno. Os candidatos atacaram mais a ausência de Lula e temas mais batidos, o que não possibilitou uma diferenciação tão grande do primeiro evento.

Pesquisas eleitorais, como saber em quais posso confiar?

Em meio a essa diversidade de levantamentos existentes no Brasil, muitos eleitores não sabem em quais resultados acreditar.

No primeiro dia do ano passou a ser obrigatório (leia a resolução clicando aqui) o registro junto à Justiça Eleitoral de qualquer pesquisa pública relacionada às eleições para presidente e governador. Porém, se uma pesquisa está registrada não necessariamente significa que ela será confiável, isso porque não há nenhum tipo de fiscalização prévia sobre a metodologia desses levantamentos.

Atualmente, a confiabilidade das pesquisas é garantida no Brasil por meio da transparência. São algumas das informações que devem ser cadastradas junto à Justiça Eleitoral, tornando as pesquisas passíveis de contestação, caso qualquer irregularidade seja encontrada posteriormente:

  • Nome do contratante
  • Valor cobrado pela pesquisa
  • Origem dos recursos investidos
  • Metodologia
  • Período de realização
  • Sistema de fiscalização da coleta de dados
  • Tipo de questionário aplicado.

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