Pedetistas largam a mão de Ciro e pedem ‘voto necessário’ em Lula

Dissidentes de Ciro, integrantes históricos do PDT defendem apoio em Lula como candidatura que pode derrotar Bolsonaro ainda em primeiro turno. REUTERS/Adriano Machado
Dissidentes de Ciro, integrantes históricos do PDT defendem apoio em Lula como candidatura que pode derrotar Bolsonaro ainda em primeiro turno. REUTERS/Adriano Machado
Traição ao candidato Ciro Gomes ou “saco cheio” de tantas promessas vãs no horário político e os pedetistas, assim como milhões de brasileiros, que querem liquidar a fatura no já no 1º turno? Trabalhando pelo voto útil em Lula.

Dezessete ex e atuais integrantes históricos do PDT (Partido Democrático Trabalhista) assinaram um documento intitulado “Trabalhistas pela democracia: o voto necessário”.

O texto faz críticas ao candidato à Presidência pela sigla, Ciro Gomes, que eles acusam de ter “mudado de postura” desde 2018. Os signatários convocam os agremiados a votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Durante o ano de 2018, Ciro denunciou a obsessão persecutória de Sergio Moro contra Lula. Chegou até mesmo a defender atitudes heroicas, como levar o ex-presidente a uma embaixada para solicitar asilo político. Entretanto, por conta das divergências dentro do próprio campo de esquerda, não foi possível garantir a aliança eleitoral de Ciro e Lula”, diz a carta.

No documento, Ciro é criticado por usar tom “chulo” contra o petista após não receber apoio do PT para a candidatura em 2018.

“Não vamos gerar um desgaste ainda maior com a postura de Ciro, expondo por vezes seu vocabulário chulo nos vídeos e redes sociais. Não é essa nossa intenção”, diz um dos trechos do documento. “Porém, cabe lembrar que quem assume o tom ‘polarizador’ no pior sentido do termo é o pedetista, que agora adota uma postura de ex-companheiro de trincheira”, acusa o texto.

Os pedetistas ainda apontam que Ciro já não consegue mais manter “uma sintonia fina” com o campo progressista e lamentam a mudança de postura do ex-ministro. Eles apontam o comportamento como motivo para eleitores dele votarem em Bolsonaro no segundo turno.

“O ano é 2022. Aquele Ciro que conseguia se manter numa sintonia fina com o campo progressista já não existe mais. Se em 2018 a grande maioria da militância trabalhista foi às ruas pedir votos para Fernando Haddad, atualmente vemos infelizmente alguns colegas dizerem que irão votar nulo em um eventual segundo turno. Há outros que pensam em apoiar até mesmo Bolsonaro. Mais do que indignação, ver o projeto nacional de desenvolvimento errar na sua composição tática e estratégica é motivo de muita tristeza e decepção”, apontam.

O documento é concluído com a orientação para que “aqueles que possuem a mesma visão não vacilem”, e votem em Lula para apoiar “a única candidatura capaz de derrotar o bolsonarismo já no primeiro turno”.

“Não se trata de voto útil. É uma necessidade histórica, algo que, mais uma vez, lamentamos ver Ciro Gomes, uma figura ímpar para pensar o desenho institucional do país, ser incapaz de enxergar essa quadra da história. Diante disso, convocamos militantes trabalhistas e dissidentes a apoiarem o ex-presidente Lula no primeiro turno”, conclui o texto.

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