Na Fiesp, Lula diz que Bolsonaro faz maior distribuição de dinheiro da História às vésperas de uma eleição
Sérgio Roxo
Em debate na manhã desta terça-feira com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou a aliança com Geraldo Alckmin (PSB), seu vice e ex-adversário que estava presente, e acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de fazer a maior distribuição de dinheiro da História às vésperas de uma eleição.
Logo na abertura de seu discurso, Lula destacou que o “Brasil atravessa uma crise de credibilidade, de governabilidade, de falta de sintonia entre o Estado através do governo com as instituições”.
O petista não citou o nome de Bolsonaro ao criticar a distribuição de recursos pelo governo por meio do auxílio emergencial:
— Vamos concorrer em uma eleição vendo um dos adversários, para não citar o nome, fazendo a maior distribuição de dinheiro que uma campanha política já viu desde o fim do Império. Não há precedentes na História do Brasil de alguém que, faltando 57 dias para as eleições, resolva fazer uma distribuição de R$ 50 bilhões e poucos em um benefício que só dura até dezembro.
Lula ainda afirmou estar preocupado se “o povo aceitará a retirada do benefício”:
— A sociedade precisa ficar atenta porque o sinal do comportamento de alguém para ganhar uma eleição não é tranquilo.
Como tem feito em seus encontros com empresários, Lula destacou a participação que Alckmin terá em seu eventual governo.
— Alckmin foi meu adversário político (nas eleições) em 2006. Esse jeitão dele bonzinho não foi tão bom assim na campanha. Estou com as canelas machucadas até agora. E ele e eu resolvemos relevar a um segundo plano e resolvemos compor uma chapa na perspectiva de governar esse país — disse o candidato do PT.
Lula disse que Alckmin terá “importância” como vice, como teve José Alencar, pai do presidente da Fiesp, Josué Alencar, o anfitrião do debate:
— Em todos os debates que vou, faço questão que o Alckmin tenha a palavra, para falar não como um vice qualquer, mas um vice que vai ter importância como teve o Zé Alencar. O Zé Alencar participava de todas as decisões de governo na mesa, dando palpite como se fosse presidente da República. Era tratado na reunião como presidente e não como vice. Alckmin, você vai perceber que vai ser tratado assim também.
O petista depois passou a palavra para Alckmin, que elogiou a iniciativa da Fiesp de fazer um manifesto em defesa da democracia.
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