Tratamento inédito no Brasil tenta reduzir chance de volta de câncer cerebral
Uma equipe médica do Paraná reportou a realização inédita no Brasil, em caráter de pesquisa, de uma sessão de Terapia Fotodinâmica Intraoperatória, junto à aplicação do corante 5-ALA, para o tratamento de um câncer cerebral grave.
O procedimento promete diminuir os riscos do reaparecimento da doença, prolongando a vida de pacientes. Em resumo, o tratamento utiliza uma forte luz vermelha, por meio de um difusor, para causar uma reação fotoquímica onde o tumor estava, afetando células cancerígenas que permanecem no corpo após a cirurgia.
O neurocirurgião Erasmo Barros Júnior foi um dos médicos que participou do primeiro procedimento realizado no Brasil. O tratamento reportado pela equipe dele foi realizado na primeira quinzena de maio, no Instituto de Neurologia (INC), em Curitiba.
A aplicação é feita com a cavidade cerebral do paciente aberta, logo após a cirurgia para a remoção do câncer. “O objetivo é neutralizar as células cancerosas residuais que ainda existem. Após essa etapa, que aumenta em uma hora o tempo operatório, a cirurgia é finalizada com o fechamento, conforme a rotina”, explica o médico ao G1.
Internacionalmente, esta terapia fotodinâmica é conhecida pela sigla PDT. Segundo Barros Júnior, a efetividade do tratamento se dá a partir do PDT, somado ao corante 5-ALA, abreviação da substância chamada Ácido Aminolevulínico.
Segundo o neurocirurgião, atualmente, este tipo de procedimento “casado” é realizado apenas na Alemanha e também na França, onde o PDT foi iniciado, em 2017. Mundialmente, a comunidade médica estima que 4,7 pessoas a cada 100 mil habitantes são acometidas por câncer cerebral grave.
Segundo Barros Júnior, este tipo de tumor costuma atingir mais homens. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Paraná, indicam que em 2020, a taxa estimada para diagnósticos de câncer cerebral em 2020 ficou em 6,12 casos para cada 100 mil homens. Para mulheres, foram 4,92 casos a cada 100 mil.
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