Manifestação Quilombola do Tamboril
A Comunidade remanescente de Quilombo da Fazenda Tamboril Município de Condeúba/BA., cujo seu Presidente é José Pereira da Silva ele que fez pelo segundo ano consecutivo suas manifestações pela passagem de 20 de novembro dia da Consciência Negra.A manifestação cultural teve seu inicio com um momento de reflexão comandada pelo apresentador Professor Valdenor José da Silva que culminou com a oração do Pai-Nosso.
A Comunidade se tornou reconhecida como Quilombolas em 2011. Nessa reportagem procuramos ouvir todos envolvidos no processo dessa grande comunidade, que disponibiliza aos seus militantes periodicamente ensinamentos de capoeira, danças da garrafa e maculelê.Maculelê é uma manifestação cultural oriunda da cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia, berço também da Capoeira. É uma expressão teatral que conta através da dança e de cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender sua tribo de outra tribo rival usando apenas dois pedaços de pau, tornando-se o herói dessa tribo. É um tipo de dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena.
O maculelê em sua origem era uma arte marcial armada, mas atualmente é uma forma de dança que simula uma luta tribal usando como arma dois bastões, chamados de grimas (esgrimas), com os quais os participantes desferem-se e aparam golpes no ritmo da música em línguas africanas, indígenas e portuguesa. Num grau maior de dificuldade e ousadia, pode-se dançar com facões em lugar de bastões, o que dá um bonito efeito visual pelas faíscas que saem após cada golpe. Esta dança é muito associada a outras manifestações culturais brasileiras como a Capoeira e o frevo.
Popó do Maculelê foi um dos responsáveis pela sua divulgação, formando um grupo com seus filhos, netos e outros habitantes da Rua da Linha, em Santo Amaro (Bahia), chamado Conjunto de Maculelê de Santo Amaro da Purificação. Existem também outras comunidades, como a comunidade quilombola Monte Alegre, no sul do município de Cachoeiro de Itapemirim (Espírito Santo), onde o maculelê ainda é passado de geração à geração, com o objetivo de não perder a cultura tradicional. Na Comunidade do Tamboril o instrutor do Maculelê e de Capoeira é o mestre Arlindo José Pereira.
As escolas municipais do ensino fundamental I, José Francisco da Paz, Horácio Figueiredo da Cruz e Aureliano José Pereira, trocaram o dia de ontem (sexta feira) pelo de hoje (sábado) e seus alunos trabalharam no evento, recitando, cantado e dançando, foi da hora a apresentação dos alunos completou uma senhora.A garotinha Adrielle Silveira, recitou o poema “Ser diferente é Normal”. A Professora Marli da Cruz Silva, continuou com o momento de reflexão leu um artigo de sua própria autoria, cujo título foi “Sou Negro Branco, Branco Negro!”
Falamos com o Sr. Manoel José Pereira popular Manoel pequeno, que tem 1,20 metro de altura, 77 anos nasceu e mora na mesma comunidade, ele é sócio fundador dessa associação. Contou que antigamente era tudo diferente, as atrações da comunidade eram os presépios no fim de ano que sua avó Patrícia montava, as ladainhas, as cantigas de roda, Reisado. Na época não tinha luz elétrica, nem Igreja, nem escolas. Hoje tem tudo e muito mais, estamos em contato com o mundo em tempo real.
A vereadora Nena parabenizou a comunidade pela organização, achou interessante a forma como eles trabalham essa questão do preconceito do negro, buscando incansavelmente novas conquistas e contando a sua história. Que sirva de exemplo para outras comunidades que tem o mesmo perfil de enquadramento como remanescente de Quilombo, pontuou a vereadora.
O vereador Carlito disse que a Comunidade do Tamboril depois de conseguir o reconhecimento Quilombola, subiu sua auto estima, que antes era motivo de chacota dos preconceituosos. Hoje temos muitas vantagens, cada beneficio dos Governos Federal e Estadual, por Lei é destinado 30% para as comunidades Quilombolas. “Pipa-Bus” foi uma ideia do vereador adaptar um ônibus em pipa para transportar água exclusivamente para a Comunidade do Tamboril.
A Maria Claudia fez um belíssimo papel de uma negra mendiga que de imediato foi lembrada a folclórica “Carlita de Jordão” que é uma Senhora negra e, tem transtornos mentais, vive perambulando pelas estradas na região do Olho D’água, Claudia contracenou em várias situações com uma dama da sociedade, momento em que o preconceito falou alto.
Para finalizar o Sr. José Rodrigues e Noé contaram algumas estórias e causos, fazendo o público dar gargalhadas. No meio do evento foi dado uma pausa para tomar um bom café da manhã, cujo ingredientes típicos foram: Cuscuz, Beiju de Massa, Biscoito na Gordura e outros. Depois de tudo terminado estava sendo preparada uma feijoada para os participantes, encerrado com chave de ouro. A noite ainda aconteceu um grande forró.
Personalidades que vieram prestigiar o evento: A vice Prefeita Jesuína com seu esposo Etelvino, os vereadores Carlito e Nena, o Poeta, Escritor e Professor Antonio Santana, a Secretária de Ação Social Ângela Cruz, O Sub-Prefeito do Distrito do Alegre José e sua esposa dona Creuza dentre outros.
Fotos abaixo:
Realmente a Comunidade do Tamburil vem fazendo um excelente trabalho cultural. Precisamos apoiar mais essa turma da Comunidade Quilombola do nosso Município. Um forte abraço a todos!
Gostei de rever meus amigos do Tamboril envolvidos nesse projeto tão importante, que é o enquadramento como remanescentes do Quilombo, que bom que isso aconteceu, pois a Comunidade do Tamboril por concentrar a maioria de negros. No passado era a última a receber benefícios dos Governos, agora tem prioridade nos recursos, primeiro os remanescentes Quilombola e depois as demais comunidades. Vocês da Comunidade do Tamboril são dignos de parabéns!!!
Parabéns a todos que organizaram o evento, em especial a comunidade Quilombola do Tamboril. Vcs são guerreiros.
Quero agradecer o senhor Euclides pela cobertura no evento, levando a nossa cultura ao conhecimento de muitos pessoas através da Folha de Condeuba. Assim o objetivo do evento: Dispertar nas pessoas uma mentalidade aberta sem preconceito. “Não queremos apenas um dia de Conciência Negra, queremos uma vida toda de Conciência mais clara, transparente e mais Humana.
Excelente reportagem Oclides. Obrigado pelo espaço reservado as comemorações da nossa comunidade. Um povo alegre e batalhador buscando seu espaço na sociedade.