Condeúba: Comunidade Quilombola do Tamboril mantem tradição de evento no dia da “Consciência Negra”

Por Oclides da Silveira

Os meninos da Associação Quilombola do Tamboril jogando Capoeira

Nesta terça-feira dia 20 de novembro de 2018, foi realizado na Comunidade Quilombola do Tamboril uma manifestação em face do dia da “Consciência Negra”. Onde teve as danças: Afro, Maculelê, Carimbó, da Garrafa e Capoeira.

Estiveram presentes as escolas do Campo através do seu diretor Juari Francisco Nascimento, Escola do Alegre Antonio Terêncio com o diretor Vandercleiton Avelar e seus professores e alunos, Escola Geraldo Rodrigues Novaes e sua diretora ‘Landia” com seus professores e alunos, Esteve ainda o Anexo do Colégio Estadual do Alegre com o seu coordenador, professores e alunos.

Todo dia é dia de Consciência Negra.

A Escola Antônio Terêncio do distrito de Alegre, através do seu diretor Vandercleiton disse: ” temos a honra de participar e prestigiar o evento da consciência negra na sede da Comunidade Remanescente do Quilombo de Tamboril. Os alunos das turmas do Oitavo e Nono anos desenvolvem na disciplina História e Cultura Afro Brasileira, com a orientação da professora Adriele, atividades durante o ano letivo, que retratam a Cultura Afro. Foi apresentado quadros com pinturas que retratam a beleza das mulheres, da cultura, das paisagens africanas.

O painel com as bonecas Abayomis que eram confeccionadas pelas mães africanas como forma de distração e usado como amuletos de proteção para suas crianças nas longas travessias para o Brasil, ainda com a orientação da professora Adriele apresentou-se a música Raiz de todo bem de autoria do cantor baiano Saulo Fernandes.

Alunas da Escola Antônio Terêncio apresentaram a dança do Maculelê

A música relata a relação que a Bahia tem com o continente africano e a identidade cultural existente entre os povos baianos e Africanos. Com a orientação da professora Nédina apresentou-se a Dança do Maculelê, que conta a lenda de um jovem guerreiro que sozinho defendeu sua tribo de um grupo rival, usando apenas, dois pedaços de pau. Na dança, com dois bastões, os participantes desferem e aparam golpes no ritmo da música. O esforço e colaboração da comunidade quilombola em realizar o evento, abrilhanta o mesmo, que em seus organizadores, participantes e colaboradores fizeram acontecer”, concluiu o diretor.

Logo após as atrações foi dado uma pausa para os presentes se degustar de um verdadeiro banquete que foi servido: Bolos de milho,  cenoura, e puba, tapioca, chimango, bolinho de arroz, paçoca de amendoim, biscoito na gordura, canjica, beju, cuscuz, brevidade, rapadura com farinha, cachorro quente, suco e refri de vários sabores.

Depois seguiu para o ato final com uma excelente palestra proferida pela professora de História Marittza Danielle, que contou toda a história do negro no Brasil, desde sua escravatura até os dias de hoje, conclamou todos os presentes para fazer uma profunda reflexão sobre o significado de “Consciência Negra”.

A professora Marittza falou da grande carga de preconceitos que o negro carrega até a data atual, citou alguns exemplos claros que todos nós conhecemos, assim como, disse também da falta de acensão do negro nos meios profissionais como Médico, Engenheiro, Advogado entre outros, além da participação pífia na politica brasileira.

O Brasil é o segundo país do mundo que mais agrega negros, perdendo só para a África segundo Marittza, que não poupou desagravo no tratamento preconceituoso sobre a raça negra, o que não é mais suportável ver uma pessoa praticando racismo e agente fica de braços cruzados sem tomar nenhuma atitude. Marittza afirmou que é favorável a todas as cotas raciais,  homofóbica e outras.

A estudante de Direito Selma da Paz que é da Comunidade Quilombola e a Profa. Marittza

O exemplo está aqui entre nós através da cotista Selma da Paz que está fazendo direito na UESB, Só assim vamos conseguindo a duras penas abrir espaços para os negros ir avançando e participando da fatia do bolo que sempre foi dividido entre os brancos preconceituosos.

O evento foi organizado pelo presidente da Associação José de “Creuza”, Luciano, Adriano, Arlindo Pereira e Arlindo Brito além de Marli e Priscila. Contou com o apoio da Prefeitura através das Secretarias Municipais de Assistência Social, Cultura, Desporto e Lazer e Educação, contou ainda com o apoio do comercio Pai e Filho, vereador Carlito além de muitos outros que fizeram doações de produtos, dinheiro e serviços. A animação do evento ficou por conta do professor Valdenor Pereira.

Fotos: JFC

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