II Encontro ‘Revivendo Condeúba’ Reúne Conterrâneos em Dia de Emoções e Histórias
Na quinta-feira, 20 de junho de 2024, a cidade de Condeúba foi palco do II Encontro “Revivendo Condeúba”, um evento que reuniu moradores locais e condeubenses que vivem fora da cidade. O encontro começou cedo, às sete horas da manhã, com um café da manhã partilhado na Praça Santo Antônio, no famoso e histórico “Açucareiro”. O momento inicial foi marcado por uma oração do Pai Nosso, seguida de abraços calorosos entre os presentes, que celebravam o reencontro.
Os participantes desfrutaram de um café da manhã recheado de delícias juninas enquanto engatavam animadas conversas. A programação matutina contou ainda com uma apresentação da fanfarra Famur vinda da cidade amiga de Aracatu, que desfilou pela Rua Tranquilino Torres, até a Bíblia, passando pelo centro e retornando ao ponto de partida no Açucareiro.
Veja o vídeo a seguir, a grande Milta Cecília interpretando a linda cação “O Irapurú”
À tarde, as atividades continuaram na AABB, onde um almoço serviu como pano de fundo para desfile de talentos locais. O evento foi aberto com apresentações musicais, começando com o talentoso cantor Arlito Duarte, seguido do impecável Cláudio Novaes, com a bela participação de Guto, na ordem Edu Viana fez uma bela interpretação cantando a música de sua autoria “Bora pra Condeúba meu amor”! E a galra foi junto, grande momento! A grande musa do “almoço com as estrelas”, foi a doçura de Milta Cecília interpretando de forma magistral a linda e imortal cação “O Irapurú” e Samuel Sacramento que veio de Porteirinha para encerrar com chave de ouro o grande evento, com seu trombone, ele deu um show espetacular.
Durante o almoço, houve diversas homenagens emocionantes. A família Terencio, prestou uma linda homenagem à Dona Djalma feita pelos seus filhos, Ana Maria e Toinho Terencio e Maria dos Reis a “Reisinha”, viúva do querido condeubense Clodoaldo o “Dinho”, falecido recentemente e seus filhos Renata e Flávio foram homenageados por Massinha, num momento de muitas emoções.
Um dos momentos mais marcantes foi o relato do talentoso Pedro Massinha, que narrou histórias de sua infância em Condeúba, destacando a importância de tradições e memórias locais, como a venda de pirulitos na tábua por 10 cruzeiros há cerca de 50 anos a trás. Outros relatos de Massinha na sua infância, foi como o de comer jatobá, pegava no céu da boca e não soltava e também o ato de pegar melancias nas roças dos vizinhos, narrativas que trouxeram nostalgia e risadas do público.
O evento também contou com a presença de ilustres figuras públicas, incluindo o padre Matheus, prefeito Silvan e sua vice Mara Rúbia e os ex-prefeitos Dona Djalma Sousa, Toinho Terencio, Odílio da Silveira e Guto, ele que é pré-candidato a prefeito, Micael Silveira que também é pré-candidato a prefeito, todos eles prestigiaram e valorizaram a importância do encontro. Um dos pontos altos foi o reconhecimento da prefeitura, que concedeu o título de “Condeubense Ausente” a Eliana Maria de Sousa Viana, ela que é esposa de Edu Viana, um gesto que emocionou profundamente a homenageada.
O almoço na AABB, local cedido gratuitamente ao grupo, foi organizado com apoio da prefeitura municipal. O encontro foi uma verdadeira celebração da cultura e das histórias de Condeúba, encerrando um dia repleto de emoções e reencontros. O II Encontro “Revivendo Condeúba” destacou o talento e a resiliência de seus filhos ilustres, reafirmando os laços que unem todos os condeubenses, independente de onde residam.
A condeubense professora, escritora e poetiza, membro da Academia de Letras de Vitória da Conquista Elvarlinda da Rocha Jardim, carinhosamente conhecida por “Loura”. fez um recital brilhante sobre o início de sua carreira e a vida na cidade de Condeúba, veja o poema abaixo:
Nas flóreas regiões da minha infância
Nas flóreas regiões da minha infância.
Macheteadas de belezas multicores
Vejo-te sempre nos meus sonhos, Condeúba
Vivificada pela força da saudade.Vejo-te grande, Terra revolta por tratores,
Casas enormes, bem modernas a brotar
Em cada canto onde eu me via a passear
Em tempos idos que ficaram para trás.Há quanto tempo não te vejo, Condeúba!
Já não consigo nas tuas ruas passear,
Brincar de tonga, jogar bola, cantar roda,
Pois nos meus sonhos eu te vejo toda nova
De braços dados com o progresso,
Bem diferente da minha velha Condeúba.Lembro-me bem daquele pé de sabonetes
Que ficava bem no centro da pracinha
Protegendo alguns feirantes contra o sol e a neblina;
Eu não consigo encontrá-lo nos meus sonhos.
E o meu pé de flambuan, jatobá ou mulungu Que me ensombrava quando eu ia estudar, Ele ficava entre o rio e o meu quintal…
Ainda existe ou foi tragado pelas força das enchentes?Quanta saudade daquelas tardes de domingo,
Em que eu me punha a passear pelo jardim
De braços dados com a turminha de amigos,
Ouvindo a música espalhando pelo ar
Embevecendo os corações que ali passavam.Sinto saudade do ginásio lá no alto
Que me envolvia de emoção e alegria;
Foi nas suas salas que aprendi As primeiras letras, Os primeiros pontos e os primeiros cálculos.Entre rasuras e tropeções ensaiei os primeiros passos
Na conquista de um espaço no mundo do saber,
Oferecido com nobreza e com amor Por grandes mestres que ensinavam por prazer.Condeúba! Condeúba!
Como estarás? Ainda és a minha velha Condeúba
Ou de ti só restam lúricos vestígios do passado?
Ainda hei de voltar a ti e saciar a minha saudade pelas ruas onde cresci.
Fotos: Oclides/JFC
Comentários