Os primeiros seis meses do atual governo federal

Por Paulo Henrique  – Colunista da Folha de Condeúba

Os primeiros seis meses do atual governo federal, são marcados por desafios na consolidação de uma identidade própria e um estilo de conduzir o país.
Em seis meses, muitas ações são realizadas, muitas medidas adotadas, muitas viagens e encontros bilaterais, muitas tratativas com o Congresso Nacional etc… O primeiro semestre pode ser encarado como o primeiro momento de um governo: tomar posse, conhecer os problemas, distribuir as tarefas, criar uma harmonia de equipe, definir prioridades, fazer um balanço do que foi feito e o que precisa ser inovado, implementando, continuado e até mesmo interrompido. É assim que sempre acontece logo no início.
No atual governo federal, não resta dúvidas de que muita coisa já recebeu uma identidade nova, ou a mesma que se tinha no período em que o Partido dos Trabalhadores governava o Brasil: Minha Casa Minha Vida, Luz para Todos, Água para Todos etc… Esses e outros programas já retornaram com a mesma identidade que tinham antes e serão continuados numa dinâmica que favoreça o discurso e o estilo de governo que a esquerda sempre adotou. Nos seis primeiros meses, houve um esforço para retomar algumas políticas públicas que estavam sendo deixadas de lado e isso é inegável. Até mesmo porque, nenhum governo vive de copiar o modelo do outro, pois, cada um tem suas convicções próprias, seu estilo, suas prioridades, seu jeito de trabalhar e tudo isso é muito normal no presidencialismo de coalizão como o do Brasil.

O novo PAC que está sendo lançado, é uma oportunidade de fazer o governo avançar em obras grandes como as ferrovias tão necessárias para o escoamento da nossa produção. Com mais obras, tudo se aquece: emprego, renda, compras, viagens, negócios, empreendimentos… A economia ganha, o povo trabalha e o governo aplica os recursos diretamente em regiões que se tornarão grandes canteiros de obras. Aqui, pode-se recordar a ferrovia Oeste-Leste, que passa pelo nosso estado da Bahia, até mesmo com ligações próximas a Condeúba, ligando a região de Caetité a Ilhéus, a fim de escoar o minério explorado em Caetité para outras regiões do Brasil. A ferrovia estava praticamente abandonada e agora será retomada para trazer novas perspectivas de desenvolvimento para o Brasil e a Bahia. Ainda essa semana, o presidente Lula esteve em Ilhéus, sendo recebido pelo prefeito Mário Alexandre, num momento de ampla participação no lançamento das obras na ferrovia. Isso é bom e traz frutos para o momento atual de crise e dificuldade.
Nos primeiros seis meses, o presidente se dispôs a realizar uma verdadeira turnê pelo mundo a fora, visitando vários países, conversando com muitos líderes mundiais, chegando a visitar a Santa Sé e ser recebido pelo Papa Francisco.
Todas as viagens são importantes e necessárias. Um país continental como o Brasil, não pode jamais viver isolado, excluído e distante do mundo. O Brasil, por mais rico que seja em sua diversidade e biodiversidade, cultura, arte e demais particularidades, ainda não é um país auto suficiente. O Brasil produz e precisa vender, comprar e precisa trazer, exporta e importa, comercializa seus produtos e leva sua produção para muitos outros países do mundo. Com as viagens institucionais do presidente, o Brasil continua a se relacionar com o mundo e a ser protagonista em assuntos como a preservação ambiental, sem esquecer da sua grande floresta que é o pulmão do mundo: Amazônia.
O governo tentou acertar e continua tentando. São ainda seis meses, tudo é recente e não dá pra fazer um julgamento de como será o final de uma gestão que está apenas começando.
Sobre a economia do Brasil, tivemos pequenos sinais de uma melhora muito tímida, mas, a inflação começou a abaixar, o PIB cresceu consideravelmente e alguns outros índices econômicos apresentaram uma estabilidade e alguns sinais de recuperação. Isso é positivo! Mas o governo encontra muita dificuldade em dialogar com o Banco Central, principalmente para a redução de juros, coisa que não depende da vontade de A ou de B, mas tudo passa por uma conjuntura muito delicada. Um passo em falso e toda a economia da nação pode ficar comprometida.
O aumento do salário mínimo que foi concedido pelo governo nos primeiros seis meses, também foi algo a ser destacado, foi mais uma conquista, pois, falar de aumento é fazer investimento e isso gera mudanças na vida do cidadão que recebe o seu salário mensalmente.
Com relação aos Ministérios, penso que as equipes estão enfrentando o desafio de falar a mesma língua. Cada um fazendo uma comunicação, pode colocar o governo em situação difícil e delicada. Sintonia é a base de uma gestão que deseja acertar. Até o momento, temos acompanhado o trabalho dos Ministros e percebemos que as coisas estão se encaminhando aos poucos. Tudo demora para corresponder com as especulações e as expectativas externas.
Enfim… Lula não é uma novidade. Ele tem experiência e tem uma história de vida como pessoa pública e como presidente. Ele está tentando fazer um governo mais amplo, democrático, aberto. Pelo menos é o que se parece.
Por outro lado, também acompanhamos as dificuldades e as fragilidades do governo e também do Brasil. Tudo é muito desafiador e não será fácil garantir uma estabilidade econômica nos próximos anos.
Seis meses passaram. Agora é torcer para que o melhor aconteça e que a vida do povo seja impactada por melhores dias e novas esperanças.

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