Por Antônio da Cruz Santana
No Brasil, vivemos em um tempo sombrio e de constantes ameaças ou ataques à democracia brasileira conquistada com muita luta e esforço por heróis do passado e do presente. Para ilustrar e refletir um pouco mais acerca do texto recorre-se ao filósofo Antonio Negri, onde ele diz que todas as transformações que a sociedade tem sofrido, especialmente ao longo do século XX, tornaram pouco úteis os conceitos clássicos da política. Sua tese central é de que, com a consolidação do processo de globalização nas últimas décadas daquele século, a noção de soberania centrada no Estado-nação declinou.
Para ele, assim como para outros filósofos contemporâneos, já não vivemos a era moderna, e sim uma fase posterior, a pós-modernidade. Apesar de haver cada vez mais riquezas circulando mundialmente, a desigualdade econômica e os problemas dela decorrentes muitas vezes foram ampliados. Antonio Negri afirma que o império não nasce da intenção de alguém ou algum grupo. O império vai se construindo aos poucos, nos movimentos do jogo político das instituições sociais. Em outras palavras, o império não é um organismo que se coloca além do conjunto social, organizando-o e gerindo-o; ele brota do próprio meio social.
Na visão do escritor e poeta Antônio Santana, amar o Brasil, morar no Brasil e ter orgulho de ser brasileiro\brasileira está cada dia mais complicado. Porque quando se faz críticas a um determinado governo, instituição, entidade ou segmentos da sociedade brasileira algumas pessoas dizem que somos antidemocráticos ou opositores a uma determinada ideologia de qualquer natureza. Entretanto, existe a ditadura democrática para aqueles\aquelas que circulam dentro e fora da estrutura do PODER POLÍTICO, que compartilham das arbitrariedades que porventura surgem naquele espaço o qual poucos fazem parte das (chamadas panelinhas de governos), ou seja, aqueles\aquelas que se calam por conveniências pessoais. Contudo, em outros segmentos desta mesma sociedade, não existe muita diferença quanto ao tratamento no que pode e no que não pode falar publicamente para não prejudicar a imagem “dos Poderosos”, nos seus respectivos tronos passageiros no Brasil.
Vale ressaltar, que vivemos ora em um Estado Democrático de Direito, bem como em outros momentos, em uma democracia ditatorial onde não podemos nos manifestar ou falar certas verdades que muitas vezes não querem ou não gostam de ouvi-las. No Brasil, infelizmente ainda vivemos à sombra do coronelismo esquemático e sistemático que alimentam muitos vícios, principalmente, o do silêncio. Que às vezes, o não falar significa respeitar e concordar por medo de se posicionar perante uma tomada de decisão errada ou equivocada do “chefe”, onde o cidadão é pressionado ou ameaçado a concordar com o erro ao invés de denunciá-lo à Justiça.
Sendo assim, é mais do que necessário enquanto cidadãos e cidadãs, rever os nossos conceitos no que diz respeito à palavra DEMOCRACIA, bem como onde ela inicia e termina na vida em sociedade e de que maneira nós nos comportamos no seu exercício no território brasileiro. É urgente buscarmos esse entendimento para não corremos o risco de matarem os nossos sonhos, as nossas ideologias, impedir a nossa liberdade de expressão, o nosso direito de ir e vir, e o retrocesso do livre direito de escolha por meio do voto secreto e direto na urna eletrônica.
O Brasil, não merece voltar ao passado!
Antônio Santana
Escritor e poeta
Condeúba – Bahia
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