20 De Outubro – Dia Do Poeta
Esta data celebra uma justa e inequívoca homenagem a esse ser fabuloso que nos traduz a vida. Que usa de sua criatividade, inspiração e talento para descrever os sentimentos, a natureza, os comportamentos humanos e as danações do tempo.
O objetivo principal desta data comemorativa é incentivar a leitura, a escrita e a produção de obras nacionais. Sabe-se que o setor artístico-literário é um campo restrito, com pouco ou quase nenhum investimento público, sobretudo para aqueles pequenos e médios escritores (poetas, romancistas, contistas, etc) que muitas vezes, precisam arcar de maneira desproporcional com a sua publicação (nós aqui da NS PUBLICAÇÕES temos incentivos, descontos especiais, orientações, para escritores que desejam publicar pela primeira vez). Saiba mais.
O Brasil tem produzido, ao longo destes séculos, centenas de poetas/escritores que são lidos e admirados em todo mundo, a exemplo de Machado de Assis, Castro Alves, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Milton Hatoum, Chico Buarque, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.
Origem do Dia do Poeta
O Dia Nacional do Poeta é uma comemoração extraoficial, ou seja, não faz parte institucionalmente do calendário oficial brasileiro.
Porém, a data foi escolhida, a partir do surgimento em 20 de outubro de 1976, em São Paulo, do Movimento Poético Nacional, que aconteceu na casa do jornalista, romancista, advogado e pintor brasileiro Paulo Menotti Del Picchia.
O Dia Nacional da Poesia, é comemorado oficialmente em 31 de outubro, através da lei 13.131, de 3 de janeiro de 2015. A escolha desta data é uma homenagem ao nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.
– Antes da criação da lei, porém, o Dia Nacional da Poesia era celebrado em 14 de março, de forma não-oficial, era uma homenagem ao poeta brasileiro, Castro Alves, que nasceu em 14 de março de 1847.
– Já o Dia Mundial da Poesia é celebrado em 21 de março. A data foi criada durante a XXX Conferência Geral da UNESCO, em 16 de novembro de 1999.
Alguns poemas e frases de poetas clássicos e modernos para homenagear este momento
Oh! Bendito o que semeia
Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n’alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!
CASTRO ALVES, Espumas Flutuantes, 1870.
“Palavra puxa palavra,
uma ideia traz outra,
e assim se faz um livro,
um governo, ou uma revolução,
alguns dizem mesmo que assim
é que a natureza compôs as suas espécies.”
MACHADO DE ASSIS. Volume de contos. Rio de Janeiro : Garnier, 1884.
Quando eu morder
a palavra,
por favor,
não me apressem,
quero mascar,
rasgar entre os dentes,
a pele, os ossos, o tutano
do verbo,
para assim versejar
o âmago das coisas.
CONCEIÇÃO EVARISTO, “Poemas da recordação e outros movimentos”. Belo Horizonte: Nandyala, 2008.
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
ADÉLIA PRADO, Bagagem. São Paulo: Siciliano. 1993. p. 11.
SER POETA…
Ser poeta é traduzir em palavras
O que sente, às vezes sem sentir.
É viver a dor de alguém
Em um instante que nem sempre dói em si.
O poeta fala tanto de amor que esquece de se apaixonar.
Traduz os sentimentos com tal veracidade
Que acredita realmente amar.
Ser poeta é viver duas vezes,
Uma para morrer, outra para se eternizar.
LEANDRO FLORES, Sorriso de Pedra – A outra face de um poeta, Belo Horizonte, Agilite Publicações e Interatividade, 2014, p. 110.
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