2 milhões de jovens de 16 e 17 anos podem votar; 50% a mais que em 2018
A quantidade de jovens de 16 e 17 anos com título de eleitor em mãos e aptos a votar nas eleições deste ano é a maior desde 2014. São 2,1 milhões de pessoas, 50% a mais que em 2018, das quais 55% são mulheres.
O levantamento é do Girl Up Brasil, movimento que apoia meninas pela igualdade de gênero e que fez mutirão para jovens emitirem seus títulos no início deste ano. O cálculo foi feito usando dados públicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do IBGE nos pleitos presidenciais entre 2014 e 2022.
“A juventude está comprometida com o fortalecimento da democracia”, diz Helena Branco, 20, supervisora de advocacy no Girl Up Brasil. “Esse eleitorado vai ajudar a eleger deputados estaduais, federais, vai fazer a diferença no total para o senado.”
Neste ano, 35% das pessoas com 16 e 17 anos poderão ir às urnas. Os jovens nesta faixa etária são 1,4% do total do eleitorado brasileiro.
A ARRANCADA E O TSE NO TIK TOK
Em maio, uma mobilização popular em todo o país encorajou jovens a emitir seu primeiro título para votar em outubro. A campanha contou com engajamento de mulheres como Anitta, Larissa Manoela, Sophia Valverde, Mel Maia e Paolla Oliveira.
A Girl Up contabiliza 90 mil acessos ao site do TSE oriundos de suas campanhas nas redes sociais.
“Fez muita diferença quem estava passando a mensagem”, diz Helena Branco. “Acompanhamos a Larissa Manoela crescer. Quando ela fala seu voto importa, os jovens prestam atenção. A mensagem chega e não soa imposição.”
Ela acrescenta que o TSE modernizou sua comunicação tendo em vista o leitorado jovem. Se em 2020 a plataforma de alistamento era elementar, em 2022 o tribunal tem até uma conta no Tik Tok.
“Eles chamam jovens para entender as trends, a linguagem é acessível”, afirma. De fato: tem quiz eleitoral e até challenge da novela Pantanal.
Outro dado que o Girl Up comemora é que quase metade das meninas brasileiras neste recorte solicitou título de eleitor. Foram 45% de pedidos contra 37% de meninos que foram atrás do documento. Em 2014, foram 34% e 32%, respectivamente.
“Ver um grupo de meninas tão empenhadas em fazer jovens presentes nessa eleição não motivou apenas a mim, mas a todos os meus amigos”, diz Ana Elise Candido Rojas, 16, do Rio de Janeiro.
Para outra adolescente, a mobilização mostrou que votar é questão de cidadania.
“Percebi que mesmo sendo só um, meu voto pode mudar o destino do país. Votar é muito mais que política, é exercer meu direito de cidadã”, afirma Yaskara Mota, 17, que estuda no Instituto Federal do Rio Grande do Norte.
Neste ano, as mulheres brasileiras serão 53% do eleitorado, segundo o TSE. Entre as jovens de 16 e 17 anos, são 55%.
VÃO OU NÃO VÃO?
O Girl Up também estudou a taxa de comparecimento na última eleição, usando dados do TSE, para mostrar que jovens de 16 e 17 anos foram mais às urnas que os adultos.
Em 2018, 83% da juventude compareceu, contra 79% de maiores de 18 anos.
Com isso, a organização estima que, mantendo-se a média de 80% de comparecimento, serão 1,7 milhão de jovens comparecendo às urnas para eleger candidatos nestas eleições.
“Só se falava de responsabilidade cívica, que o jovem é o futuro do país. A pesquisa prova que o convite para a festa da democracia foi aceito”, diz Helena Branco.
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