Condeúba/Reis: Destaque para os reiseiros da Cerquinha
Nesses últimos dois anos 2021 e 2022, em que vivemos no tempo da pandemia por conta da corona vírus a covid-19, as Folias de Reis estiveram praticamente isoladas de suas atividades periódicas, que vão do dia 1º a 6 de janeiro de todos os anos.
Neste ano de 2022, os Ternos de Reis se concentraram mais em praças pública e Igrejas, por conta de não se fazer aglomerações de pessoas, mas, a Companhia de Reis Comunidade da Cerquinha fez diferente. Eles cantaram na própria Comunidade Cerquinha e nas casas que tinham presépio armado e que os moradores não fizessem objeções de receber os Reis.
Dentro destes requisitos, tivemos a honra de recebê-los em nossa residência, no Recanto dos Silveira’s, Comunidade do Olho d’Água. Foi uma meia noite inesquecível e agradabilíssima que vivemos naquele domingo dia 2 de janeiro de 2022.
DESFILE DE TALENTOS
A Companhia de Reis da Cerquinha, desta feita, veio recheada de grandes talentos no seu todo, eles conseguiram montar um grupo de homens e os treinaram para cantar suas contradanças, aí meus amigos, imaginem a beleza de ver e ouvir 10 a 15 vozes e mais os foleões entoando junto o mesmo refrão! Tudo ficou como eu sempre tenho dito, Lindo! Lindo! Lindo!!!
Peço mil desculpas às outras fantásticas e maravilhosas Companhias de Reis que temos no município de Condeúba e também, aos demais membros deste super grupo de Reis da Cerquinha, sem despresar ninguém pois, todos desempenharam o seu papel neste contexto com muita garra, mas, peço licença para destacar o trabalho diferenciado que é desenvolvido por algumas figuras marcantes desta importante Companhia de Reis.
Quero iniciar pelos três sanfoneiros, falo primeiro do tradicional, inconfundível e já veterano, o popular “Zé de Felix”, que nos primeiros acordes musicais dados pela sua sanfona, já conduz toda a frota, dando rumo com segurança àquele musical.
Na seqüência falo do filho de “Zé de Felix”, Reinaldo ele que já é um grande sanfoneiro, além de tocar outros instrumentos como violão e pandeiro, puxa e responde os Reis com muito talento.
Por último, falo de Nilson um ainda jovem sanfoneiro, mas muito promissor, pois, tem interesse de aprender e desde já, trouxe a grande inovação de responder o Reis de Agradecimento na sanfona, que foi cantado pela dupla Domiro e Valdenor, o qual viralisou nas redes sociais deste ano.
“Dunga”: – Um “monstro sagrado” dos Reis, com seu inseparável tambor, ele dita os rumos dos Reis e das contradanças que ele marca com muita maestria, dono de um “vozeirão tenor” e versos simples, porém de grande poder de comunicação nas suas contradanças, cantando seus belos e populares refrões, vou citar só os refrões das diversas contradanças: “É de manhã cedo, é de madrugada, vamos tirar o leite da vaca bargada”…
Outra contradança: “Penerou balão penerou no ar, penerou balão de seda vai cair dentro do mar”… Outra contradança: “Xô xô canarinho xô xô sabiá eu canto pra não chorar..! Xô xô canarinho xô xô sabiá eu canto pra não chorar…!
Valdenor: – Por sua vez, de tradição familiar nesta Companhia de Reis da Cerquinha, pois, Ermelino Antônio Soares seu velho pai de saudosa memória, foi o grande líder desta Companhia de Reis por muitas décadas, ele tinha uma cadência musical fantástica, foi o divisor dos Reis na época, de tal forma, que até os dias de hoje, Ermelino é lembrado por aqueles que o conheceram e os que cultivam a história. Valdenor então herdou do seu pai, o talento de liderar de forma natural, por capacidade, serviços prestados e não por imposição. Valdenor com seu inseparável cavaquinho, é um grande puxador de Reis, responde com muito talento e mestre para marcar contradança: “Vem cá meu amor vem cá! Vem cá, eu não vou ti abandonar”…
Outra contradança: “Canta moçada que é de madrugada!!! Canta moçada que é de madrugada”…
Eguinaldo: – Puxa e responde Reis, grande marcador de contradança, ele que é oriundo da Companhia de Reis do Riacho Seco e tradicional reiseiro, afagado e admirado por todos, vem com seu musical de fácil comunicação.
Contradança: “Corta meu baralho, vem jogar mais eu, corta meu baralho, jogador daqui sou eu, corta meu baralho”…!
Outra contradança: “Ô balancê ô balancê, quero ver balancear, quero ver balancear”..!
Outra contradança: “A moça que não namora não tem gosto neste mundo!!! Marreca de lagoa, ariri de poço fundo”… Marreca de lagoa, ariri de poço fundo”…
“Tony de Dalina”: – É um jovem promissor dentro da Companhia de Reis, bom violonista e grande pandeirista, marca contradança muito bem, já puxa Reis e responde com muita habilidade no seu timbre de voz “soprano”. Contradança: “Minha sabiá!!! Minha zabelê, toda madrugada eu sonho com você, se você não acreditar eu vou sonhar pra você ver”…
Zilmo: – Outro jovem promissor oriundo da Companhia de Reis do Riacho Seco, ele é um bom pandeirista, excelente puxador de Reis e também responde com muita maestria, dança e participa com muito vigor nas contradanças.
Osmar: – Já veterano, é irmão de “mestre” Domiro, com quem faz uma grande dupla de puxador de Reis, assim como também responde os Reis, sempre batendo com muita garra o seu pandeiro.
Chico: É outro veterano que faz dupla para responder os Reis, enriquecendo o ritmo com triangulo ou porca, com muita dedicação e parceria juntamente com os demais companheiros, pois, como disse inicialmente, a participação de todos é de suma importância na Frota de Reis.
Vamos encerrar essa linda história dando um forte VIVA SANTO REIS!!!
Fotos: Album da Companhia
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