Sapato voador, gravidez e bullying: a rotina de uma mediadora nas escolas
Leonor Lopes, professora-mediadora de conflitos de uma escola pública de São Paulo Leonor Lopes se posiciona mais uma manhã no limiar do portão de entrada da escola estadual João Solimeo, no Jardim Maristela, região da Vila Brasilândia, periferia pobre da zona norte de São Paulo. São 6h45. Emoldurada pelos muros pintados de preto recobertos de grafites multicoloridos, ela recebe e saúda os alunos.
“Olá!”, “Bom-dia!”, “Bem-vindos!”, “Como está, Cairis?”, “Tudo bem, Rayssa?”, “Bom-dia, professora Luciana!”, “Boa aula a todos!”.
A saudação de boas-vindas é acompanhada de sorriso de dentes brancos e de gesticulação com as mãos firmes e compridas dessa mulher de compleição forte, de cabelo comprido e grisalho preso atrás num coque, óculos de grau de aro metálico retangular na face e hoje com 64 anos. Continue lendo
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