‘O mar é minha vida, não posso ver esse horror e não fazer nada’: os voluntários que estão limpando o óleo do mar no ‘braço’
‘O mar é minha vida, não posso ver esse horror e não fazer nada’: os voluntários que estão limpando o óleo do mar no ‘braço’.
Desde às 6h, as mensagens não param de apitar no celular do salva-vidas Lucas Nelli. Mas essas que acabam de chegar, às 8h56 da sexta-feira, são aquelas que ele não gostaria de ver — o que é inevitável.
Direto da praia da Pedra do Sal, a 800 metros do Farol de Itapuã, em Salvador, uma amiga manda fotos com a situação de momento.
A maré alta da madrugada carregou pra cima das pedras o óleo cru que invade o litoral do Nordeste desde 30 de agosto. As algas estão cobertas pela lama negra e as pelotas sólidas de óleo boiam nas piscinas naturais, que começam a secar com a descida da maré.
Previamente preparado, Lucas ruma direto à praia. Ali, serão horas sob o sol forte e a uma temperatura de 30º C — com sensação mais elevada —, envolto numa atmosfera carregada de toxinas e odor de betume. E ele faz isso voluntariamente.
“O mar é minha vida. Eu sou salva-vidas, surfista e desenvolvo uma terapia pessoal no mar. Não posso ficar vendo esse cenário de horror e não fazer nada. Eu tô há dias sem dormir direito, estressado, acordo já com 500 mensagens no celular, mas é isso mesmo. Fazer o quê?”, resigna-se Lucas.
Como salva-vidas, sua escala prevê que ele trabalhe quatro dias e folgue quatro. Esta semana, a folga foi ocupada integralmente pela limpeza de praias. Continue lendo
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