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Professor Agnério Souza: Apresenta Apontamento de Língua Portuguesa 013

Professor Agnério Souza

Sintaxe – Parte IV – Termos Acessórios da Oração

Para alguns gramáticos, esses termos são três: Adjunto Adnominal – AA, Adjunto Adverbial – Adj. Adv., Aposto – AP. Para outros, são quatro e acrescenta-se aí o Vocativo – VO.
1. Exercem função sintática de Adjunto Adnominal: os artigos, os adjetivos, as locuções adjetivas, os pronomes-adjetivos e os numerais. Ex:
a) O brilhante jornal da manhã publicou belas reportagens.
SS = o brilhante jornal da manhã
PV = publicou belas reportagens
VTD = publicou. OD = belas reportagens
AA = o, brilhante, da manhã, belas
Observe que, no sujeito e no objeto direto, o núcleo será sempre um substantivo (jornal, reportagens). O que sobra do núcleo está sendo AA, como: o (artigo) brilhante (adjetivo) da manhã (locução adjetiva) belas (adjetivo).
b) Esta estrada de ferro tem boa iluminação.
SS = esta estrada de ferro
PV = tem boa iluminação
VTD = tem. OD = boa iluminação
AA = esta (pronome-adjetivo), de ferro (locução adjetiva), boa (adjetivo)
c) Aquele delicioso sanduíche tinha duas linguiças.
SS = aquele delicioso sanduíche
PV = tinha duas linguiças
VTD = tinha OD = duas linguiças
AA = aquele, (pronome-adjetivo), delicioso (adjetivo), duas (numeral)
Convém lembrar que muitas locuções adjetivas se transformam em adjetivo: da manhã = matutino, de ferro = férrea, do coração = cardíaco, do aluno = discente, de chuva = pluvial, de ouro = áureo, de prata = argêntea, do ouvido = auditivo, da cidade = citadino, de mãe = materno, de filho = filial, de irmão = fraterno, etc.

2. Exercem função de Adjunto Adverbial – Adj. Adv. os advérbios e as circunstâncias adverbiais que são muitos, entre os principais estão: tempo, lugar, modo, intensidade, negação, afirmação, assunto, causa, companhia, meio, instrumento, fim e outros.
d) O sertanejo ficara arruinado com a seca.
SS = o sertanejo
PN = ficara arruinado com a seca
VL = ficara. PS = arruinado
AA = o, a. Adj. Adv. de causa = com a seca
e) Ontem, dois conferencistas dissertaram sobre a Covid-19.
SS = dois conferencistas
PV = dissertaram sobre a covid-19
VI = dissertaram. AA = dois, a, dezenove
Adj. Adv. de tempo = ontem. Adj. Adv. de assunto = sobre a covid-19

f) Na noite passada, o bandido cometeu vários crimes premeditadamente.
SS = o bandido. PV = cometeu vários crimes premeditadamente
VTD = cometeu. OD = vários crimes premeditadamente
AA = o, vários (pronome-adjetivo)
Adj. Adv. de tempo = na noite passada
Adj. Adv. de modo = premeditadamente

3. O Aposto – AP é um termo da oração que serve para explicar outro, aparece entre vírgulas. Ex:
g) Jair Bolsonaro, Presidente da República, não usou máscara na ONU.
SS = Jair Bolsonaro
AP = Presidente da República
PV= não usou máscara na ONU
VTD = usou. OD = máscara
Adj. Adv. de negação = não. Adj. Adv. de lugar = na ONU
h) Jacó serviu Labão, pai de Raquel, durante sete anos.
SS = Jacó. PV = serviu Labão, pai de Raquel, durante sete anos.
VTD = serviu. OD = Labão. AP = pai de Raquel. AA = sete
Adj. Adv. de tempo = durante sete anos.

4. O Vocativo – VO não tem lugar certo na oração, ora aparece no início ora no fim. Trata-se de uma evocação, muitas vezes seguida de ponto de exclamação. Ex:
i) Ó Senhor, tende piedade de nós!
Sujeito oculto – SO = vós
PV = tende piedade de nós. VTD = tende. OD = piedade de nós
VO = ó Senhor
j) E agora, José? Está sem mulher!
SO = você. PV = está sem mulher. VI = está
VO = José. Adj. Adv. de tempo = e agora?
Adj. Adv. de companhia = sem mulher.

Profº Agnério Souza apresenta Apontamento de Língua Portuguesa nº 12 – Sintaxe parte III

Pelo Profº Agnério SouzaSintaxe – Parte III

Termos Integrantes da Oração Os chamados Termos Integrantes da Oração são quatro: 1º) Objeto Direto (OD), 2º) Objeto Indireto (OI), 3º) Complemento Nominal (CN), 4º)Agente da Passiva (AGP). Com exceção do objeto direto, os demais aparecem regidos de preposição, embora haja o objeto direto preposicionado ou preposicional. Exs:a) Amo a Deus.Sujeito Oculto (SO) = eu Predicado Verbal (PV) = amo a Deus VTD = amo. Objeto direto preposicional = a Deus b) Seu Sebastião não simpatizava com o rapaz. SS = Seu Sebastião PV = não simpatizava com o rapaz VTI = simpatizava OI = com o rapaz. Adj. Adv. de negação = não c) A criança tem necessidade de carinho. SS= a criança PV = tem necessidade de carinho VTD = tem OD = necessidade de carinho. CN = de carinho.O Complemento Nominal é um termo da oração, acompanhado de preposição,que completa o sentido de um nome, seja ele substantivo, adjetivo ou advérbio.Vejamos alguns: c.a) confiança em Deus. c.b) medo de rato. c.d) obediência aos mais velhos. c.e) necessidade de ajuda. Substantivos acompanhados por CN. c.f) favorável ao trabalho honesto. c.g) prejudicial à saúde. c.h) resistente ao tempo. Adjetivos acompanhados por CN. c.i) favoravelmente ao projeto.Advérbio acompanhado por CN. Conclusão, o Complemento Nominal – CN nunca completa o verbo, quem o completa é o objeto direto e o objeto indireto.Completa o sentido de um nome e há muitos nomes em nossa língua que necessitam de um complemento nominal. d) O embaixador foi cumprimentado pelos visitantes. SS = o embaixador PV = foi cumprimentado pelos visitantes Locução Verbal = foi cumprimentado Agente da Passiva (AGP) = pelos visitantes.A oração acima está com o verbo na Voz Passiva Analítica. A estrutura é: Sujeito + Locução Verbal + Agente da Passiva. A passiva analítica se transforma em voz ativa e vice-versa. Ex:- O mistério foi desvendado pelo advogado. (tempo passado) Passiva analítica = O advogado desvendou o mistério. (tempo passado) Voz ativa.
– O comportamento das pessoas é alterado pelo egoísmo. (tempo presente) Passiva analítica = O egoísmo altera o comportamento das pessoas. (tempo presente) Voz ativa.- O homem será dominado pela ambição. (tempo futuro) Passiva analítica = A ambição dominará o homem. (tempo futuro) Voz ativa.- O bandido era identificado pela polícia. (tempo passado imperfeito) Passiva analítica = A polícia identificava o bandido. (tempo passado imperfeito) Voz ativa. Observe que há uma inversão sintática entre as duas vozes, porém não muda o sentido. O sujeito da voz ativa passa a ser o agente da passiva na voz passiva analítica, o objeto direto da ativa passa a ser o sujeito na passiva. Existe ainda a Passiva Sintética com o pronome apassivador “se” e que pode se transformar em passiva analítica, porém sem o AGP. Ex: Compram-se roupas = roupas são compradas (tempo presente) Vender-se-á esta casa = esta casa será vendida (tempo futuro) Exigiu-se a credencial = a credencial foi exigida (tempo passado) Ouviam-se gritos dos meninos = gritos dos meninos eram ouvidos (tempo passado imperfeito). Mas, afinal, quais são as preposições em nossa língua? As principais são: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sobre, sob. E em Portugal, existe o trás. Contudo, existem as combinações de preposição com outras palavras: do = de + o, deste = de + este, na = em + a, aos = a + os, daquele = de + aquele, pelo = per + o, da = de + a. Já a crase é contração da preposição a com artigo a = à.

Profº Agnério Souza apresenta Apontamento de Língua Portuguesa nº 008 (Regência Verbal)

Professor Agnério Evangelista de Sousa

Regência Verbal

A regência verbal é a relação que tem o verbo com outras palavras. O Verbo Transitivo Direto – VTD necessita de um objeto direto para completar-lhe o sentido. Ex: O estudante comprou um livro – comprou = VTD, objeto direto = um livro. O Verbo Transitivo Indireto – VTI precisa do objeto indireto sempre acompanhado de preposição. Ex: O velho carecia de roupas – carecia = VTI, objeto indireto = de roupas. O Verbo Transitivo Direto e Indireto – VTDI precisa de dois complementos verbais para o seu sentido. Ex: Pedro deu um presente ao amigo – deu = VTDI, objeto direto = um presente, objeto indireto = ao amigo. O Verbo Intransitivo – VI não precisa de nada, tem sentido completo. Ex: A criança dormiu. O homem saiu. As meninas entraram. O Verbo de Ligação – VL não tem complemento, porém tem o Predicativo do Sujeito – PS. São poucos na Língua Portuguesa: ser, estar, ficar, parecer, permanecer, continuar e outros. Ex: Joana é costureira, Joana está contente, Joana permanece linda, Joana ficou alegre, Joana parece agitada, Joana continua sábia. Todos os vocábulos grifados são Predicativos do Sujeito, por isso que é ligação. Há uma relação entre o sujeito da oração e o estado de ação desse sujeito.

Existem verbos que mudam de sentido conforme a regência. Para quem escreve ou produz textos, Gramática e Dicionário ao lado para sanar dúvidas.

a) No campo aspirei o ar da montanha. Aspirei = VTD. Sentido = respirei, sorvi; objeto direto = o ar da montanha.
b) Meu filho aspira a um alto cargo. Aspira = VTI. Sentido = deseja, pretende; objeto indireto = a um alto cargo.
c) Assisti à missa das oito na Matriz. Assisti = VTI. Sentido = estive presente, presenciei; objeto indireto = à missa das oito na Matriz.
d) O médico assistiu o enfermo até o fim. Assistiu = VTD. Sentido = prestou assistência; objeto direto = o enfermo.
e) Até 1980, eu assisti em Salvador. Assisti = VI. Sentido = morei; Adjetivo Adverbial de Lugar = em Salvador. Assistir no sentido de morar é Intransitivo.
f) O diretor do banco chamou-o para uma conversa. Chamou = VTD. Sentido= convocou; objeto direto = o.
g) Minhas tias chamavam por Santa Bárbara. Chamavam = VTI. Sentido = invocavam; objeto indireto = por Santa Bárbara.
h) Chamei-lhe de mentiroso. Chamei = VTI. Sentido = apelidei; objeto indireto = lhe, Predicativo do Objeto = de mentiroso.
i) O gerente visou o cheque. Visou = VTD. Sentido = pôs o visto, objeto direto = o cheque.
j) O atleta visou o alvo atentamente. Visou = VTD. Sentido = apontou, mirou; objeto direto = o alvo. Adjetivo Adverbial de Modo = atentamente.
k) André não visava a lucros, mas ajudar o próximo. Visava = VTI. Sentido = pretendia, tinha em vista; objeto indireto = a lucros.
l) Nós queremos a verdade. Queremos = VTD. Sentido = desejamos; objeto direto = a verdade.
m) Quero muito a meus filhos e netos. Quero = VTI. Sentido = estimo, amo; objeto indireto composto = a meus filhos e netos.

Casos especiais. Os verbos avisar, certificar, informar e prevenir são VTDI sem mudar o sentido; admitem objeto direto de pessoa e objeto indireto de coisa ou vice-versa. Porém, não podem ter dois objetos diretos ou dois objetos indiretos no mesmo período. Ex: a) Aviso-o de uma grande desgraça. objeto direto = o, objeto indireto = de uma grande desgraça. b) Avisei-lhe uma grande desgraça. objeto indireto = lhe, objeto direto = uma grande desgraça. c) Certifiquei-o de que o cheque era bom. objeto direto = o, objeto indireto = de que o cheque era bom. d) Informei-o de que o carro era vermelho, objeto direto = o, objeto indireto =- de que o carro era vermelho. e) Previno-o de que o negócio não é bom. objeto direto = o, objeto indireto = de que o negócio não é bom. f) Previno-lhe que o negócio não é bom. objeto indireto = lhe, objeto direto = que o negócio não é bom. g) Certifiquei-lhe que o cheque era bom. objeto indireto = lhe, objeto direto = que o cheque era bom. h) Informei-lhe que o carro era vermelho. objeto indireto = lhe, objeto direto = que o carro era vermelho.
As frases incorretas, como muita gente pensa, seriam:
Aviso-o uma grande desgraça. Avisei-lhe de uma grande desgraça. Certifiquei-o que o cheque era bom. Certifiquei-lhe de que o cheque era bom. Informei-o que o carro era vermelho. Informei-lhe de que o carro era vermelho. Previno-o que o negócio não é bom. Previno-lhe de que o negócio não é bom.

Profº Agnério Souza apresenta Apontamento de Língua Portuguesa nº 007

Professor Agnério Evangelista de Sousa

Concordância Verbal

01) Regra Geral – O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa:
a) Os atletas corriam até o final da pista (sujeito simples no plural, verbo correr também).            b) Aquele homem precisa de auxílio (sujeito simples no singular verbo precisar também).
02) Sujeito composto leva o verbo para plural:                                                                            a) O professor e a professora prepararam a prova. Se o sujeito estiver depois do verbo, pode ser singular ou plural.                                                                                                                  b) Então, falaram a diretora e a secretária; ou falou a diretora e a secretária.
03) Sujeito composto por pessoas diferentes – verbo no plural:                                                    a) Eu, tu e ele sairemos mais cedo (aqui prevalece a 1ª pessoa).                                                  b) Tu e ela saireis pela manhã (aqui prevalece a 2ª pessoa).
04) Quando o “ou” for exclusivo, o verbo ficará no singular. Ex:                                                    a) Lula ou Bolsanaro ganhará a eleição.                                                                                    b) Flamengo ou Palmeiras será o vencedor. Quando não for exclusivo, o ou tem ideia de adição e o verbo ficará no plural.                                                                                                            c) Rui Barbosa ou Castro Alves merecem nossa admiração.                                                          d) O trem de ferro ou o ônibus passam por lá. (as duas personalidades merecem, os dois transportes passam).
05) As expressões um e outro, uma e outra levam o verbo para plural, e mais raramente para o singular:                                                                                                                                a) Um e outro aluno fizeram os testes.                                                                                    b) Uma e outra irmã se inscreveram para o ENEM.
06) A expressão mais de um leva o verbo para o singular, se não houver ideia de reciprocidade de ação:                                                                                                                                      a) Mais de um candidato foi aprovado no concurso.                                                                    b) Mais de um político deram-se as mãos (ideia de reciprocidade de ação, isto é, ato praticado ao mesmo tempo por um e outro).
07) Quando a palavra nada, tudo, ninguém resumir o sujeito, o verbo ficará no singular:                a) Médicos, remédios, aplicações nada pôde curá-lo.                                                                    b) A iluminação, os enfeites, a música tudo contribuiu para o brilhantismo da festa.
08) Os pronomes qual, algum, nenhum… de nós, de vós, dentre eles deixam o verbo no singular. Ex: a) Qual de nós tem coragem para enfrentar o leão?                                                            b) Nenhum de vós enfrentará o leão.                                                                                        c) Algum dentre eles ganhará troféu. Porém, se esses pronomes estiveram no plural, o verbo concordará com o pronome antecedente:                                                                                  d) Quais de nós temos coragem para enfrentar o leão.                                                                e) Nenhuns de vós enfrentareis o leão.                                                                                      f) Alguns dentre eles ganharão troféus.
09) Quando o sujeito estiver representado por “quem” o verbo ficará no singular se for “que”, o verbo concorda com o pronome antecedente. Ex.                                                                        a) Não fui eu quem fez esse relatório.                                                                                        b) Fui eu que fiz esse relatório.
10) O verbo Haver no sentido de Existir, os verbos fazer e haver indicando tempo, são impessoais, isto é, oração sem sujeito e aparecem sempre na 3ª pessoa do singular.
a) Havia anos que esse fenômeno não ocorria (tempo)
b) Há milhares de peixes na rede (existir)
c) Faz cinco anos que ela não aparece (tempo)
d) Vai fazer 10 anos que ele se casou (tempo).

Professor Agnério apresenta: Apontamento de Língua Portuguesa nº 004

Professor Agnério Evangelista de Souza

Emprego especial de algumas palavras

I – Quando uso há, a ou à?
1.0) Usa-se o há do verbo haver quando este estiver empregado no sentido de existir:
a) Há várias soluções para este problema = Existem várias soluções
b) Há casos graves de denúncia = Existem casos graves
c) Não há problema por aqui = Não existe problema
2.0) Usa-se também o há quando a ação indicar fato passado, nesse caso pode ser substituído pelo verbo fazer:
a) A diretora saiu há dez minutos – faz dez minutos
b) Sei que há muito tempo, você pretendia estudar engenharia – faz muito tempo
c) Há várias semanas que escrevi esta carta – Faz várias semanas
3.0) Usa-se o a quando for preposição e a ação indicar tempo futuro; preposição e a ação indicar distância, como artigo definido e ainda como pronome pessoal:
a) Daqui a pouco ela virá (tempo futuro)
b) O acidente ocorreu a cinquenta metros daqui (distância)
c) A casa é espaçosa (artigo)
d) Mamãe, eu a amo (pronome pessoal)
e) O Secretário saiu daqui há pouco, mas voltará daqui a pouco (fato passado e tempo futuro).
4.0) Usa-se o à, chamado de a acraseado, em diversas circunstâncias, contudo a palavra seguinte precisa ser feminina. Caso para estudo separado, porém vejamos algumas frases mais simples:
a) O paciente foi levado à sala de espera. (posso dizer: ao salão)
b) O material foi devolvido à aluna. (posso dizer: ao aluno)
c) Iremos à Bahia no próximo mês. (posso dizer: voltaremos da Bahia)
d) Compareceremos à reunião pontualmente. (posso dizer: ao encontro)
e) Agradeço a Vossa Senhoria a oportunidade para manifestar minha opinião a respeito. (primeiro a, não se usa crase diante de pronome de tratamento; segundo a, apenas um artigo; terceiro a, não se usa crase diante de nome masculino).

II – Quando uso por que, por quê, porque ou porquê?
2.1) Emprega-se “por que” separado sem acento em frases interrogativas
a) Por que há tanta fome no mundo?
b) Por que ele fugiu, se não era culpado?
Emprega-se ainda “por que” separado, quando for substituído por “pelo qual”, “por qual motivo ou razão”
c) A causa por que lutamos é nobre (pela qual lutamos)
d) Quero saber por que meu time não venceu (por qual motivo)
e) Eis por que só entram pessoas competentes (por que razão)
2.2) Emprega-se “por quê” separado com acento no final de frase interrogativa:
a) Não foi ao jogo, por quê?
b) Vocês não conversaram com o prefeito, por quê?
2.3) Emprega-se “porque” junto sem acento por se tratar de uma conjunção causal, pode ser substituída pela palavra “pois”:
a) Não fui ao jogo, porque chovia muito. (pois chovia)
b) Ele foi reprovado, porque não compareceu ao exame. (pois não compareceu)
2.4) Emprega-se “porquê” junto com acento, quando este for um substantivo e estiver precedido de artigo, significando motivo, causa:
a) Naquele congresso, discutiu-se o porquê de tanta criminalidade no mundo. (a causa)
b) Este menino está na idade dos porquês. (substantivo)

III – Quando uso mas, más ou mais?
3.1) mas é conjunção = porém, contudo, todavia:
a) A justiça não é dos homens, mas de Deus! (porém de Deus)
b) Eu perco, mas recomeçarei tudo novamente. (contudo recomeçarei)
3.2) más é adjetivo, plural de má:
a) Não existem crianças más, porém adultos que as educam mal.
b) Todos nós podemos ter más atitudes, mas isso depende de cada um.
3.3) mais é advérbio de intensidade:
a) As mais belas palavras sempre saem dos mais belos corações.
b) Todas as más ações devem ser perdoadas, mas jamais esquecidas, porque, quanto mais se vive, mais se aprende. Há outras expressões especiais em nossa Língua, contudo vê-las-emos em outra ocasião.

Apontamento de Língua Portuguesa nº 002, hoje falando sobre os acentos gráficos

Apontamento de Língua Portuguesa nº 002 – Vamos ver nessa segunda sessão, a dança dos acentos gráficos.

O condeubense professor da Língua Portuguesa Agnério Evangelista de Sousa

a) Os monossílabos tônicos terminados em a, e, o; os oxítonos terminados em a, e, o , em, ens e os proparoxítonos continuam acentuados como eram antes do novo Acordo Ortográfico:
Já, pé, três, só, vós (monossílabos tônicos); sabiá, vatapá, jacaré, você, dominó, avô, também, alguém, parabéns (oxítonos); gramática, exército, túmulo, quilômetros, público (proparoxítonos).

Lembrete: existem monossílabos átonos: de, da, se, o, lhe, me e existem monossílabos tônicos: mim, dor, lá, dó. O oxítono tem a última sílaba da palavra acentuada, porém nem todos: doutor, perguntar, professor, partir, vender são oxítonos e não são acentuados. O proparoxítono vem acentuado na antepenúltima sílaba: ci-en-tí-fi-co, lâm-pa-da, cá-ga-do, etc. A confusão está entre os paroxítonos cuja sílaba tônica é a penúltima: ru-bri-ca, pu-di-co, i-tem, me-ni-no.

b) Os paroxítonos com ditongos abertos “éi, oi” perderam o acento. Agora pelo novo Acordo é assim: assembleia, ideia, Coreia, geleia, plateia, eu apoio, jiboia, heroico, joia, debiloide, asteroide, etc.

c) Os paroxítonos com “i” e “u” tônicos, depois do ditongo, perderam o acento: baiuca, feiura, Bocaiuva, Sauipe. É bom lembrar que, palavras que terminam em “i” ou “u”, se estiverem precedidas de vogal, são oxítonas, portanto, são acentuadas: Piauí, Itajaí, Jundiaí, baú, Anhangabaú; porém se vier precedido de consoante, não leva acento: Guajeru, urubu, Parati, Jacaraci, Guanambi.

d) Palavras terminadas em “eem” e “oo” também perderam o acento. Veja:
eu abençoo, eu perdoo, eles creem, que eles deem, elas leem, os meninos veem (verbo ver) . Tenhamos cuidado com os verbos ter e vir e seus derivados. Ex: Ele tem dois carros, plural: Eles têm dois carros; Ela mantém a palavra, plural: Elas mantêm a palavra. O rapaz vem de Sorocaba, plural: os rapazes vêm de Sorocaba. Esta ação convém aos estudantes, plural: Estas ações convêm aos estudantes.

e) Ainda é grande o número de vocábulos paroxítonos acentuados:
lápis, júri, álbum, órgão, bênção, série, ágeis, ministério, remédio, fêmea, automóvel, útil, açúcar, abdômen, cadáver, gênio, amável, saúde.

f) O chamado acento diferencial deixou de existir, com exceção de pode/pôde. Ex:
1) Ele para o carro no sinal vermelho ( verbo parar)
2) O que tem para comer hoje? (preposição)
3) Joaquim foi ao polo Norte (ponto extremo da Terra)
4) Carlos gosta de jogar polo (nome de um jogo)
5) Esse gato tem pelos brancos (penugem)
6) O Coordenador falou pelos professores (preposição)
7) Comi uma pera deliciosa (fruta)
8) “Tão curta a vida pera tão grande amor (Camões) ( pera forma antiga de para)
9) O governo pode fazer isto (Presente do Indicativo do verbo poder)
10) O governo não pôde fazer isso (Passado do verbo poder)

g) Pelo novo Acordo, (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste) o trema não se usa mais: cinquenta, eloquente, frequente, quinquênio, sequência, linguiça, sequestro.

Apontamento de Língua Portuguesa, hoje falando sobre o “hífen” (1ª aula)

Professor Agnério Evangelista

Prof. Agnério Evangelista de Sousa

O nosso querido professor Agnério Evangelista, em parceria com a Folha de Condeúba, irá fazer alguns apontamentos de Língua Portuguesa, nós iremos publicar todas as segundas-feira inciando hoje com o tema hífen, (1ª aula).

O Professor Antônio Benoni Giansante, de São Paulo, publicou pela Editora Rêspel Ltda um bom livro sobre: “Solução para suas dúvidas de Português”. Aproveitando as aulas, é nossa intenção publicar pelos sites de Condeúba algumas lições muito boas, com as devidas adaptações, para uso de quem escreve e de quem fala o português padrão.

Nossa primeira sessão será: Desafios do uso do hífen (alguns casos).

a) – O hífen continua sendo usado na maioria dos casos: guarda-roupa, beija-flor, pé-de-meia, questão econômico-financeira, literatura luso-brasileira, vice-presidente, ponte Rio-Niteroi, recém-casado, ex-aluno, latino-americano, arco-íris, capim-açu, etc.

b) – Tenhamos cuidado com prefixos, se a palavra seguinte começar com “h” , vai levar hífen: anti-herói, anti-higiênico, mini-hotel, sobre-humano, super-homem; porém antiaéreo, agroindustrial, autoestrada, autoescola, semiaberto, semianalfabeto, infraestrutura, anteontem; tudo junto porque a palavra seguinte é uma vogal; mas se for a mesma vogal vai levar o hífen: anti-imperialista, anti-inflacionário, auto-observação, contra-atacar, micro-ondas, semi-internato, anti-inflamatório, micro-ônibus. Durma com um barulho desse.

c) – Quando o prefixo terminar com vogal e a palavra seguinte iniciar-se com “r” ou “s” dobram-se: antirreligioso, antissocial, biorrítimo, contrarregra, infrassom, microssistema, minissaia, semirreta, ultrarresistente, ultrassom, biossegurança. Tudo isso por causa do novo Acordo dos países que falam o português (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Ilha dos Açores, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau) Grande novidade essa regra.

d) – Se o prefixo terminar em consoante e o segundo elemento for a mesma consoante, vai usar o hífen: inter-racial, inter-regional, super-racista, super-resistente, super-romântico, porém, há palavras formadas por prefixação em que não se usa o hífen: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção, superamigo, hiperativo, anteprojeto, coprodução semicírculo, microcomputador, ultramoderno, seminovo; e outras formadas por justaposição: paraquedas, pontapé, mandachuva, girassol.

Realmente, a nossa língua é bastante complexa, e o hífen que não tem representação fonética, apenas um sinal gráfico, é um dos elementos mais abusados.