SANGUE DE BOI, O PÁSSARO DA REGIÃO CATINGUEIRA
Por Thiago Braga
O chamado “Sangue de Boi” é um pássaro de espécie rara, muito comum no vazio dos gerais. Visto de longe, parece novelo de lã na cor vermelha. Em alguns lugares, o “rei da floresta” é conhecido por “Tiê Fogo”. Arriba vôo, de vez em quando pousando na copa das árvores, mirando o céu, que é a sua segunda morada, depois da mata virgem. Trepa nos galhos da bananeira. Se alimenta de insetos, grãos, casca de goiaba, farelo de pão, folhas miúdas e resto de pólen caído das flores. Possui canto macio, demorado e agradável. Molha a cabecinha na água doce do rio.
Pássaro discreto, pouco visto no dia a dia, prefere aparecer no final do outono. Jeito tímido, olhar distante e delicadeza no bater as asas. Faz o ninho com pequena leva de cisco, pouco a pouco arrecadado pelo bico fino, no desejo de construir o “lar, doce lar”. Desfruta do silêncio no alto da serra. Solto no ar, voa sem destino. O pássaro “Sangue de Boi”, ganhou as páginas da literatura de cordel. Além dele, existe na região o “sofrer”, o “passo preto”, o “rolengo” e o sabiá, pássaros bastante procurados pelos apreciadores. Tráfico de aves é crime. Lei 5.197 de 3 de Janeiro 1967.
Comentários