Laudo judicial aponta que música de Roberto Carlos é plágio
A afirmação foi feita pelo perito Cesar Peduti Filho em um processo aberto pela professora Erli Cabral Ribeiro Antunes.
Em julho de 1971, disse a professora, ela soube de uma nova música lançada por Roberto, em coautoria com Erasmo Carlos, e percebeu que havia “identidade” com a sua.
De acordo com o perito, as canções têm, de fato, “trechos idênticos”, ainda que existam “pequenas alterações” rítmicas e de tonalidade.
“Comparados os compassos de ambas as canções, a ideia central da música ‘Aquele Amor Tão Grande’ é tocada como refrão da música ‘Traumas'”, afirmou o perito. “Não restam dúvidas quanto à reprodução parcial da obra. Verificou-se o plágio”, referindo-se à estrutura musical das obras.
O processo ainda não foi julgado. Roberto Carlos pode, inclusive, questionar tecnicamente o trabalho do perito.
O cantor disse à Justiça que a acusação de plágio é “fantasiosa” e que uma “narrativa ficcional como a feita pela autora do processo é profundamente ofensiva a sua honra”.
Afirmou também que “sua carreira se pautou pela extrema correção de procedimentos, inclusive no respeito aos direitos autorais”.
A defesa de Roberto Carlos declarou ainda que, ao longo de sua trajetória, o cantor lançou dezenas de jovens compositores desconhecidos, gravando suas músicas.
“Por que motivo iria se apropriar indevidamente da suposta composição da autora [do processo]?”
A professora pede o pagamento de uma indenização, em valores a serem calculados considerando os danos morais e patrimoniais.
Leia abaixo a letra da canção “Traumas”:
“Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade
Da realidade do mundo
Que eu ia saber
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer
Falou dos anjos que eu conheci
No delírio da febre que ardia
Do meu pequeno corpo que sofria
Sem nada entender
Minha mulher em certa noite
Ao ver meu sono estremecido
Falou que os pesadelos são
Algum problema adormecido
Durante o dia a gente tenta
Com sorrisos disfarçar
Alguma coisa que na alma
Conseguimos sufocar
Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci
Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci
Agora eu sei o que meu pai
Queria me esconder
Às vezes as mentiras
Também ajudam a viver
Talvez um dia pro meu filho
Eu também tenha que mentir
Pra enfeitar os caminhos
Que ele um dia vai seguir
Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci
Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia
Sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci
Meu pai tentou
Tentou encher de fantasia”
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