Irundiara: Homenagem ao reiseiro “Maçu Fiscal”

Pelo historiador Elton Soares de Oliveira

O reiseiro Marcelino Barbosa de Oliveira popular “Maçu Fiscal” e sua esposa Odete Cassimira de Jesus, ambos falecidos.
O apelido é Maçu Fiscal. O nome de batismo, Marcelino Barbosa de Oliveira. Maçu nasceu dia 15 de dezembro de 1923, em uma família predestinada: trabalho, devoção e diversão são os &os condutores. De acordo com o amigo-irmão, Japônias Guedes, Maçu era um homem muito trabalhador! Vivia do plantio de mandioca, feijão, arroz, milho, da criação de gado, porcos, galinhas, especialmente, bodes. Montava cavalos em vistosos e bem arreados. O companheirismo, Maçu-Japonias era tão grande, ao ponto de trocarem dias, semanas de trabalho anos seguidos.
Todo início do mês de janeiro desaparecia o homem laborioso e brotava o artista popular. Maçu saia cantando e encantando os habitantes da Lagoa do Bento, do Canto do Arroz, da Vereda, da Pinheira, de Irundiara, do Tamanduá durante as noites dos “Santo Reis”. Detentor de um timbre de voz inconfundível, fino e lamurioso capaz de tocar profundamente as mentes e os corações dos apreciadores da arte do reisado. O grupo dos reiseiros, comandado por Maçu Fiscal enchia de alegria e esperança as noites escuras do mês de janeiro, revivendo a tradição dos reis magos: Belchior, Baltazar e Gaspar portadores de incenso, mirra e ouro. Maçu e seus companheiros anunciava a existência de vida na terra seca, umedecida temporariamente, por ocasião do tempo das águas. Com poeira ou lama, Maçu cumpria sua missão religiosa e cultural, ano após ano.
Para quem não sabe – de acordo com Basílio, sobrinho de Maçu – o “Fiscal” que compõe o apelido, veio do pai de Maçu, que outrora era fiscal (tradição antiga do Brasil colônia-império) atribuído às pessoas que cuidavam, consertavam, aterravam os buracos, podavam o mato do trecho de estrada (testada da propriedade), chamada antigamente de Estrada de Servidão. O “Fiscal”, do apelido Maçu permanece na memória dos mais antigos e na vida dos mais jovens: filhos, netos, bisnetos, tataranetos, imortalizado por meio do registro escrito, nesse ato comemorativo.
Marcelino Barbosa de Oliveira – Maçu Fiscal – era filho de Joaquim Barbosa de Oliveira (Joaquim Fiscal) e de dona Jesuína Maria de Jesus, nasceu e se criou na fazenda Tamanduá. Com aproximadamente 20 anos de idade casou-se com Odete Cassimira de Jesus, que nasceu em 3 de março de 1928, após o enlace matrimonial passou a chamar-se: Odete Cassimira de Jesus Oliveira (dona Dete). Após algum tempo, o casal mudou para a fazenda Lagoa do Bento. Propriedade comprada de Ananias Carneiro (esposo de Santa Barão e pai de Bigode).
Dete e Maçu tiveram 15 filhos. Dos mais velhos para os mais novos: Sebastiana Cassimira Jesus de Oliveira, Manoel Barbosa de Oliveira (Mané Dia Santo), Iraci Cassimira de Oliveira (Nega), Maria de Lourdes de Oliveira Neves (Lurdes), Vanda Cassimira de Oliveira Silva, Joanilha Cassimira Souza (Nila), Antônio Barbosa de Oliveira (Tony, Pipoca), Jesuína Cassimira de Oliveira Silva (Fia), Geraldo Barbosa de Oliveira (Passarim), Custódio Barbosa de Oliveira (Tody), Luís Barbosa de Oliveira (Lú), Geralda Aparecida Cassimira de Oliveira (Cida), José Roberto Barbosa de Oliveira (Beto – In memoria), José Barbosa de Oliveira e Joaquim Barbosa de Oliveira (mortes, causadas pelo mal de 7 dias) ou seja: Tétano neonatal.
Da Lagoa do Bento, a família “Maçu” estabeleceu moradia em Irundiara. O casal faleceu, sendo sepultados no cemitério novo de Irundiara, localizado na saída para a cidade de Jacaraci. 
Maçu Fiscal é fruto e tronco de uma grande árvore genealógica. Filho de Joaquim e Jesuína Fiscal, Maçu teve vários irmãos e irmãs, muito conhecidos nos arredores da antiga Passagem Larga, atual Irundiara. Sendo eles: Argemiro Barbosa de Oliveira, também, chamado de Agemiro Fiscal era o mais velho. Deolino (seu Fiinho) e a esposa, dona Nininha criaram o filho adotivo, Chico Balainho). Sr. Fiinho e dona Nininha são pais de Consuelo, esposa de Epaminondas Campos. José Fiscal era um grande tocador de violão, muito jovem foi morar no interior de São Paulo; Manoel Fiscal, também migrou para São Paulo e pouco se sabe da história desse membro familiar.
Quanto as irmãs de Maçu Fiscal destacamos: Clementina; Adelina, que amigou com Genésio Neves e criaram Jesuíno (Zuino Baité); Joanila, muito cedo foi morar em Maringá (Paraná) e lá juntou-se com um homem muito distinto. O casal era dono de um hotel e vieram muitas vezes à Irundiara. Odete Fiscal é a única irmã sobrevivente da família, com 97 anos, nascida em 1922 é uma eximia tocadora de viola caipira. Odete casou-se com Etelvino Guedes, ela nasceu em 17 de setembro de 1922. Etelvino era um grande contador de histórias e irmão de Japônias Guedes. Etelvino e Maçu eram cunhados. São filhos de Odete e Etelvino, com respectivas datas de nascimento: Gersília Guedes (01/01/1948, 75 anos); Gersina Guedes (20/08/1949, 74 anos), Jueci Guedes (1951); Gervina Guedes (20/05/1954), Generina Guedes (17/11/1956), Juvenil Guedes (18/10/1959), Juarez Guedes (27/11/1964), José Roberto Guedes (06/03/1966, 55 anos). In memória: Marina Guedes, Manuel Guedes e João Guedes (morreram quando eram crianças).
Maria Barbosa de Oliveira (Maria da Vereda) marcou profundamente a história onde morava e do distrito de Irundiara. Mulher corajosa, trabalhadora e mãe de família exemplar. Maria nasceu em 1919 e casou-se com Antônio Alves Pereira (tio de Agnel Alves). São filhos do casal: Clemência Barbosa de Oliveira, Basílio Barbosa de Oliveira, Teodolino Barbosa de Oliveira, Advina Barbosa de Oliveira, Sanches Barbosa de Oliveira (adoentado), Joaquim Barbosa de Oliveira, Cosme Barbosa de Oliveira (falecido), Jesuína Barbosa de Oliveira (falecida), Joani Barbosa de Oliveira (coordenadora do grupo de reiseiras de Irundiara), Maria (morta logo após o nascimento).
Texto elaborado pelo historiador Elton Soares de Oliveira, a partir de entrevista oral, concedida por Japonias Guedes, Basilio Barbosa de Oliveira, Generina Guedes, Juvenil Guedes, Maria Ilka, Custódio Barbosa de Oliveira e Vanda Cassimira de Oliveira Silva.
Irundiara, 07 de julho de 2023 – evento comemorativo – Casa do Museu, coordenação cultural: Aline Guedes, Luiza Fernandes de Oliveira e Elton Soares de Oliveira.
Colaboradores: Maria Ilka, Davi Guimarães, Ashelley Rocha e Regiane Drak.
Parcerias: Familia Maçu, Associação dos Idosos de Irundiara, grupo de Reis de Irundiara, bem como os comunicadores: Manuel Lima, Fabian comunicações, Folha de Condeúba e DaviLand studios.
O condão da história é lutar contra o apagamento da história! Tudo Tem história… Elton historiador!
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