Fogo destrói loja no coração de Rio Preto
AGROMONTE
Chamas começaram por volta das 19 horas e rapidamente se alastraram, destruindo todo o prédio da empresa de produtos agropecuários no Centro de Rio Preto. Ninguém ficou ferido. Causa será investigada.
Luna Kfouri e Millena Grigoleti Foto: Guilherme Baffi 23/2/2018 Capitão Lessa, da PM, no viaduto Abreu Sodré: ao fundo as labaredas vindas do prédio da empresa
Um incêndio de grandes proporções que se alastrou rapidamente destruiu na noite desta sexta-feira, 23, toda a estrutura da Agromonte, no Centro de Rio Preto. Ainda não se sabe o que provocou o fogo, que começou por volta das 19h. Às 22h, os Bombeiros estimavam que ainda haveria 12 horas de trabalho pela frente para extinguir todas as chamas.
A Polícia Militar acredita que não há vítimas do incêndio, o que só será confirmado após a perícia. No momento em que ele teve início, a loja estava fechada. Dois cachorros que estavam nas proximidades foram resgatados. Já foi comprovado que toda a estrutura do prédio foi comprometida, mas outros imóveis não foram afetados. A Agromonte vende produtos agropecuários, como máquinas, rações, agrotóxicos, vacinas, ferramentas e roupas.
De acordo com Luiz Fernando Saes, primo dos donos da loja, uma imagem aérea mostrou que o fogo teria começado perto de máquinas motosserras e roçadeiras, que continham gasolina. Os equipamentos ficavam no meio do galpão. Segundo ele, a empresa possui seguro dos bens.
Foi preciso interditar o fluxo de veículos na região com uma margem de segurança de 300 metros. O trânsito foi interrompido na rua Pedro Amaral, no viaduto Abreu Sodré, na avenida Philadelpho Gouveia Neto no ponto que dá acesso ao terminal e na avenida Alberto Andaló na altura do Automóvel Clube. O terminal não parou de funcionar, mas os motoristas dos ônibus tiveram que fazer caminhos alternativos. A Rumo ALL, responsável pela linha férrea, determinou a interrupção do tráfego de locomotivas.
Foram mobilizados 30 bombeiros e oito viaturas e a corporação pediu apoio do Semae para abastecimento de água. A fumaça proveniente do incêndio era tóxica, pois a loja tinha produtos como vacinas com óleo e venenos agrícolas. “A gente está trabalhando com muito cuidado, tranquilidade e segurança dos nossos homens, que trabalham com proteção respiratória”, afirmou o capitão Edmilson Santana, do Corpo de Bombeiros. De acordo com ele, houve explosões. Por volta das 20h, o fogo já havia sido controlado, mas havia muitas chamas.
O capitão explicou que parte da fumaça liberada vinha da própria extinção do incêndio e que a queima dos insumos que havia na empresa gera produtos químicos. “A grande vantagem é que é uma área extremamente aberta e o vento não está forte, então essa fumaça que poderia trazer algum tipo de prejuízo está sendo levada para a atmosfera. A princípio a informação que a gente tinha de que não era produtos tão tóxicos que não se pudesse trabalhar perto deles”, disse.
O frentista Luiz Henrique de Lima Araújo, 21 anos, trabalha em um posto de combustíveis que fica a 100 metros da loja e viu quando o fogo teve início. “Comecei a observar uma fumaça no teto. Saí na rua para ver, ouvi o alarme. Em questão de cinco minutos começaram a sair chamas do meio da loja”, contou. “Foi se alastrando, piorando, a fumaça foi tomando conta, aí teve um certo momento que o teto caiu, teve uma explosão muito forte, as pessoas se assustaram.”
O capitão Marcelo da Silva Lessa, da PM, estima que o exame pericial para determinar as causas do incêndio somente será feito no local na próxima segunda-feira, 26, depois que a temperatura dos destroços tiver baixado. “Somente aí vai entrar e vasculhar. Vai tentar localizar quem estava perto, quem viu primeiro. O fogo se alastrou muito rápido.”
O prefeito Edinho Araújo esteve no local e acompanhou parte do trabalho das equipes.
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Prédio de 2,4 mil metros
A empresa Agromonte iniciou suas atividades em 1986 na cidade de Monte Aprazível, onde os donos moram até hoje, e se instalou em Rio Preto há 15 anos. Quando chegou ao local nesta sexta-feira, 23, um dos sócios, Eloy Gonçalves, surpreendeu-se com a proporção do incêndio. O primo dele Luiz Fernando Saes conta que ver toda a estrutura, com 2.400 metros quadrados de área construída e mais 7.500 metros quadrados de estacionamento, destruída chocou a família. “O Eloy veio até aqui, mas, como ele passou por uma cirurgia no coração recentemente, achou melhor ir embora em função da fumaça. Uma cena muito triste para toda a família.”
Segundo Saes, o sócio de Eloy é o cunhado Enio Agrelli. Uma tulha de café da família que tinha sido restaurada também ficou destruída com o incêndio.
A empresa tinha seguro, mas a família prefere não comentar sobre os valores. (LK e MG)
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