CONDEÚBA DE NOSSOS DIAS
Por Thiago Braga
Lá, depois da cortina de poeira, quando o vento decide varrer a estrada, Condeúba se mantém bonita para seus moradores, ora encantando os visitantes com a pureza do meio ambiente (fauna e flora). Guarda o traço fino da própria origem: arte, cultura e tradições regionais. Sua história vai de encontro com a povoação dos vales. Sofre com a falta d’ água em períodos de seca. Supera as dificuldades através da irrigação do solo. Por fim, o corte de lenha, tarefa braçal que produz carvão vegetal. Provocar queimada é crime segundo o Código Florestal.
Desde cedo, viu no agronegócio, fonte de riqueza distribuída em plantio, colheita e armazenamento de produtos. Perdeu a timidez, para “negociar longe”, ganhando crédito no mercado livre. Segue a BR 116, na conquista de grandes horizontes. De jeito atrevido, “espixou” sob a mata rasteira dos gerais. Ruas, becos e avenidas dividem o mesmo espaço com enorme conjunto de casas. Por assim dizer, extrapola limites de crescimento, mostrando presença nessa região agrária. “Criou asas”, no sentido de movimentar pessoas e bens. Exemplo vivo do desenvolvimento social.
Carros de bois, uns poucos que ainda restam, “fazem trânsito” na zona rural. Puxado por boi zebú, todo preto, pesando entre 40 e/ou 48 arrobas. Força motriz usada durante anos para transporte de mercadorias. Há criação de galinha, codorna, marreco, cabrito, sariema, cocá, etc. A feirinha chama – nos atenção pela variedade de frutas, verduras, legumes, cereais e pescados. Acha de tudo: do alface crespo ao polvilho doce ensacado em pacotes de meio quilo. O comércio é bastante sortido nos demais ramos de atividades. “Anda a todo vapor”. Ponto de convergência entre o homem do campo e o resto do mundo.
A cidade multicor se entrega à calmaria dos dias longos de verão. E o céu de baunilha?! De fundo, as montanhas azuladas parecem querer abraçar Condeúba, toda sorridente, para a chegada do Natal. Presépios cheios de luz e emoção. Algo singular. O que temos hoje? Um lugar agradável com todos os motivos possíveis e necessários para sentirmos o valor da terra em abundância. A lavoura, seguida da pecuária, sempre foi farta no município. Safra: milho, arroz, amendoim, feijão de corda, ciriguela, açafrão, cana roxa, dentre outros. * Condeúba: união, trabalho e certeza de novo tempo. *
Thiago Braga é de Jacaraci e escreve para a Folha de Condeúba
Parabéns Thiago Braga! Pena seu texto poético não ter saído em versos, mas mesmo em prosa não perdeu a beleza do lirismo. Condeúba já foi tudo isso e muito mais. Estamos no século XXI com muitas transformações. Uma delas é a água da Barragem do Açude Champrão que era cristalina, mas quase secou, recebeu das últimas chuvas água amarela como se fossem águas do Rio Gavião. O motivo foi a quebra de barragens que despejam suas águas no Rio Condeúba e este abastece o nosso açude o qual acode três municípios: Condeúba, Cordeiros e Piripá.
Colega Agnério, obrigado pela gentileza. Viva a poesia!