COLHEITA DE FRUTAS NA MARGEM DO RIO GAVIÃO
Foi se o tempo onde as frutas produzidas na beira do Rio Gavião enchiam cestas e mais cestas para fartura na mesa. Isso acontecia em alguns períodos do ano, a exemplo do outono que trazia brisa fresca acariciando o campo. A chuva rala molhava esse “tapete fértil” à espera do “broto verde” das plantas. A paisagem, em festa, recebia a nova estação cheia de cores vivas. O gado manso vinha saciar a sede no leito do rio, pois os animais se fartavam de pasto coberto por grama, ervas e capim baixo. No curral, pode se achar “esterco”, adubo para hortas. Terra bastante aproveitável. Regalo da natureza.
O Rio, por sua vez, atravessa imensa área rural. Ainda existe a conhecida “pinguela”, uma pequena ponte formada por madeira cascuda que facilita a travessia do pessoal. E o cardume de peixes? As piabas se juntam na caída do anzol. A larga colheita de frutas se resumia em acerola, jambo, limão galego, banana, cajú, melancia, coco, dentre outras. O solo úmido dava lugar à árvores de sombra. Via “caixa de oropa” no qual o enxame de abelhas fabricava mel. A longa estiagem fez com que o Rio diminuísse o volume de água, tirando parte das plantações regadas pela fonte. O ciclo azul do Rio Gavião banha essa região castigada pela seca.
Gostei do texto Thiago Braga! Você deve ser muito jovem, e eu, com certeza, não sou tão velho. Na lembrança que eu tenho da bonança natural do rio Gavião não constam as frutas: acerola, jambo, limão galego, caju, etc.. Constam, certamente: gabiraba, jabuticaba, araçá, cagaita, joá, Santa Maria, jatobá, bananinha, melão-de-são-caetano, umbu, panã e muitas outras. Isso é uma leve amostra de como a peste humana está destruindo tudo.