Brasília dos Mamonas Assassinas vira sucata e família a recria 20 anos após tragédia
Desde que a música “Pelados em Santos”, dos Mamonas Assassinas, foi lançada, em 1995, a Brasília amarela tornou-se um símbolo da banda morta há 20 anos em um acidente aéreo na Serra da Cantareira, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
O veículo original, comprado na época pelo vocalista Dinho, foi leiloado, depois abandonado, e finalmente virou sucata. Há quatro meses, porém, a família do cantor resgatou o veículo e aproveitou as peças para recriar o carro amarelo em um chassis de outra Brasília. Na canção, um dos principais sucessos da banda, Dinho cantava:
“Minha Brasília amarela tá de portas abertas pra mode a gente se amar pelados em Santos”. Meses depois do acidente fatal, ocorrido em 2 de março de 1996, o veículo foi leiloado em um programa de televisão. “Arrecadamos R$ 96 mil”, afirmou Hildebrando Alves, de 68 anos, o pai de Dinho, ao G1. O veículo foi levado ao Rio de Janeiro.
Anos depois, a Brasília foi apreendida em uma blitz por causa de problemas em sua documentação e foi parar em um ferro-velho. “Ficou dez anos parada lá”. Um sobrinho de Hidelbrando decidiu, por curiosidade, procurar o carro do primo. Após pesquisas nos bancos de dados de Departamentos de Trânsito, ele localizou a Brasília e conseguiu reavê-la. Ou melhor, parte dela.
O tempo fez com que a lataria enferrujasse e o estofado apodrecesse. Há cerca de quatro meses, a família de Dinho conseguiu comprar o veículo e iniciou o caro processo de reforma. “Compramos outra Brasília e reaproveitamos o que dava. Do carro original deu para usar as rodas, o capô, o para-lama, e outras peças”, relata o pai de Dinho.
Hidelbrando estima que foram gastos R$ 16 mil na “ressureição” da Brasília amarela. “Com o dinheiro dava para comprar outras cinco Brasílias”, comentou. O resultado, porém, valeu a pena: o veículo chama a atenção em todos os lugares em que passa.
Além de constar na letra da música, a Brasília amarela foi um dos personagens principais do videoclipe da banda. Segundo o pai de Dinho, Hidelbrando Alves, de 68 anos, a Brasília amarela era da família de uma ex-namorada do jovem, Mirella Zacanini. “O avô da Mirella tinha uma Brasília.
O Dinho então disse: ‘Vou comprar aquela Brasília e gravar um clipe’, afirmou Hidelbrando. A Brasília amarela, ano 1977, foi “tunada” com imagens de santos, cortinas, um extintor de incêndio na lateral e forro de oncinha. Adesivos com uma mamona foram espalhados nos vidros. Tudo para a gravação do clipe. “Quando acabou a gravação, eu guardei na garagem”, disse o pai.
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