São Paulo: Carnaval, “A força do povo Negro” tema da Vai-Vai

 

Negras                                                                                    Escola Vai-Vai

Nós, negros, somos 51% do país, e as riquezas não são divididas como deveriam. O negro está sempre de fora. A mídia volta e meia bota uma câmera aberta, mas para mostrar um negro ou uma negra é uma mão de obra. Nós nunca tivemos um presidente negro. Mas não sou magoado. Eu atuo, já dirigi novela. Meu problema é o que é o Brasil.”

Milton Gonçalves, ator, que abriu o desfile da Vai-Vai com discurso contra o racismo

Sob a benção dos orixás, Vai-Vai corre para terminar desfile
Maior campeã do Carnaval de São Paulo, a Vai-Vai desfilou na madrugada deste domingo (25), no Anhembi, resgatando uma das tradições mais fortes da cultura negra brasileira, o candomblé. O enredo, nascido de um sonho do presidente Darly Silva, o Neguitão, homenageia Mãe Menininha do Gantois, uma das maiores divulgadoras da religião candomblé no Brasil.

Com muito branco e cores vibrantes, alas coreografadas e uma paradinha original, a escola lembrou orixás, caprichou nos agogôs e fechou um desfile técnico, mas que não conseguiu levantar o público do sambódromo.

Apesar de não apresentar grandes erros, as alegorias e adereços da escola ficaram aquém de agremiações que desfilaram anteriormente, como a Dragões da Real e Império de Casa Verde.

Como de costume, a torcida da Vai-Vai empurrou os integrantes, mas a evolução da escola teve seus momentos irregulares. Os componentes tiveram de correr para terminar o desfile dentro dos 65 minutos regulamentares.

Negro

Dragões da Real

São Paulo
Porta-Bandeira da Dragões da Real passa mal após desfile
Giulia, de 15 anos, foi a terceira porta-bandeira da escola. É a primeira vez que ela desfila com o estandarte: “Foi emoção demais, só caiu a ficha quando passei a linha amarela. Agora já estou melhor, com o sentimento de dever cumprido. Vou repetir a dose no ano que vem”.

É sofrência! Dragões da Real viaja ao Nordeste
Depois da Bahia com a Unidos do Peruche, a Dragões da Real também vai ao nordeste embalada pelas sanfonas de Luiz Gonzaga para falar de sofrência. Simples e direto, o enredo “Dragões canta Asa Branca” vai abordar a alegria do povo do Nordeste, sim, afinal é Carnaval, mas a escola quer emocionar. Saiba mais sobre a escola: Cores oficiais: Vermelho, Branco e Preto; Comissão de Carnaval: Dione Leite, Jorge Silveira, Márcio Gonçalves e Rogério Felix; Enredo: “Dragões canta Asa Branca”; Intérprete: René Sobral; Mestre de Bateria: Mestre Tornado; Rainha de Bateria: Simone Sampaio; Mestre-sala e porta-bandeira: Rubens de Castro e Evelyn Silva.

Fiquei emocionado de verdade. A Dragões nunca fez nada parecido. A gente trabalhou muito. Isso aqui mexeu com alma e a garra do nosso povo. ‘Asa Branca’ é um hino, você chora com ela. Não tenho o que falar. Não sei em que lugar a gente ficar, mas essa resposta do público é o que vale. O público sabe o que a gente fez.”

Renato Remondini, presidente da Dragões da Real.

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